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ENTRE ERROS E ACERTOS CHEGA AO FIM O SUPERSTAR


Postado em 07/07/2014

ENTRE ERROS E ACERTOS CHEGA AO FIM O SUPERSTAR title=

Por Anderson Nascimento

Desde que estreou o programa global Superstar deu provas de que a música continua sendo uma das principais formas de entretenimento do povo. O envolvimento do público, hoje medido em tempo real por conta do barulho que a exibição de cada programa faz nas redes sociais, fez voltar a militância que a identificação do público por seu artista ou estilo musical preferido faz prevalecer, resultando em ferrenhas discussões nas próprias redes sociais.

E isso foi bom, até porque são pessoas falando sobre música, não importando os argumentos de que uma banda é melhor que a outra, até porque na maioria das vezes esses argumentos são meramente pessoais e subjetivos, o que importa de fato é que estão falando sobre música.

E, se a Globo está feliz com a audiência e o sucesso do programa, nós, como consumidores também devemos estar felizes por ter tido a oportunidade (mesmo para quem já trabalha diariamente com música) de conhecer diversos nomes que vêm batalhando por um lugar ao sol.

Nesse ponto de vista, muitos artistas conseguiram aproveitar o programa para mostrar realmente o seu trabalho, suas composições, sua pegada e ideologia. Enquanto outros usaram o espaço apenas como meio de publicidade para os seus shows, mostrando como eles podem ser bons e divertidos tocando músicas de outros artistas. Antes de tudo, quero dizer que não sou contra essa estratégia, mas insisto que determinados artistas perderam a oportunidade de realmente se apresentar ao público.

A exposição alcançada pelos artistas também é algo impagável, já que, pelo menos os artistas que foram avançando no programa, conseguiram aumentar exponencialmente a sua cartela de fãs. Isso também justifica o papo dos jurados de que todos no programa acabaram vencedores de algum forma, já que tiveram a chancela de um programa da Globo.

Malta


Em relação aos jurados, o eclético trio formado por Fábio Jr, Ivete Sangalo e Dinho Ouro Preto foi muito bem na condução do programa e na maioria dos comentários. Fábio se mostrou atento, estudioso, Ivete uma simpática mãezona e Dinho um cara muito autêntico. Faltou apenas – e isso não por culpa deles – uma maior definição do verdadeiro papel dos jurados no programa, após a primeira fase do programa, por exemplo, todos aprovavam tudo o que acontecia no palco, às vezes até de forma desconfortável, que fez o papel dos jurados perder muito da importância. O programa pareceu que estava sendo montado enquanto ia avançando, até culminar na saia justa que os mesmos ficaram quando poderiam, através de seus votos, mudar a decisão do público no fim da fase que antecedeu a final. Os jurados firmemente e elogiosamente mantiveram o resultado do público.

Ainda sobre o júri, bem fez o Dinho ao deixar as suas preferências sempre estampadas, mesmo que isso às vezes desagradasse aos outros jurados ou mesmo aos artistas, como no caso da discussão boba com o “Grupo do Bola” por conta do papo reto do vocalista do Capital, falando sobre a necessidade de a banda mostrar a sua verdadeira identidade.

Juri


A questão do “trabalho autoral versus cover” é outra coisa que deve ser repensada no programa, já que enquanto alguns grupos como o campeão Malta, o ótimo Suricato e o precocemente eliminado Fuzzcas se sustentaram com autorais, outras bandas preferiram apostar em um repertório conhecido do público, o que naturalmente representa alguma vantagem.

Como o próprio Dinho falou no encerramento do programa não se tem notícia (pelo menos ele e eu não temos) de um programa tão importante e bacana na TV aberta em um horário ainda considerado nobre. E isso é prova de que a música continua mantendo a mesma força que tinha desde tempos remotos como na era dos Festivais. Não estou comparando os eventos, mas querendo apontar que mesmo com a forte competição que a música tem hoje com veículos como redes sociais, internet e vídeo games, ela conseguiu dar um jeito e continuar como necessidade básica de todo o mundo, embora na maioria das vezes consumida de maneira diferente, a música sempre dá um jeito de se fazer presente na vida das pessoas.

Reconhecidamente bem sucedido, o programa merecia um encerramento mais bem cuidado. Quando a banda Malta terminou a sua apresentação, vencendo o programa, quase que instantaneamente houve um corte para a banda Jamz que ficou em segundo lugar, e a festa da banda Malta só foi mostrada em seguida, e de forma curta como não deveria ser.

Já confirmada uma segunda temporada para 2015, entre (justificáveis) erros e acertos, o programa está de parabéns por ter tornado o fim de domingo do telespectador mais agradável, e por nos apresentar tantos novos talentos. Fica então a dica para que o programa apare as arestas para que no próximo ano a atração fique ainda melhor.




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