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Fernando Moura & Ary Dias - Sala Municipal Baden Powell, RJ - 24/01/2013


Postado em 17/01/2013

FERNANDO MOURA & ARY DIAS WIDTH=

Onde: Sala Municipal Baden Powell
Endereço: Av. N.Sra. Copacabana, 360 - Rio de Janeiro - RJ
Quanto: R$ 20,00
Horário: 20hs
Informações: [email protected]

O pianista FERNANDO MOURA e o percussionista ARY DIAS voltam ao Rio depois de vários shows pelo Brasil lançando o CD ‘CosmeDamião’ e se apresentam na Sala Municipal Baden Powell, dia 24 de janeiro, às 20h.

Com décadas de estrada, os dois já sabiam o que fazer. Entraram no estúdio, alguém ligou o metrônomo, a maquininha que orienta o andamento musical, “1, 2, 3” e... nada. Repetiram a operação algumas vezes, em vão. Aí tentaram tocar sem aquele tique-taque, sem as amarras do tempo ditado por uma engenhoca – importante, mas uma engenhoca –, e finalmente o pau comeu. Não poderia ter sido de outro jeito. Afinal, o pianista Fernando Moura e o baterista e percussionista Ary Dias decidiram unir seus talentos pelo único e exclusivo prazer de fazer a música deles. Do jeito que eles queriam. Assim nasceram as treze faixas do CD CosmeDamião, repletas de suingue, improviso e divisões arriscadas, daquelas que deleitam quem toca e quem ouve, pelo que têm de simples, saborosas e inovadoras.

Moura é carioca. Instrumentista de formação erudita, foi seduzido pela música popular e multiplicou-se. Já acompanhou inúmeros colegas ilustres, de Moraes Moreira a Marisa Monte, passando por lendas do porte do guitarrista americano Chuck “o pai do rock” Berry e do produtor inglês George “o quinto beatle” Martin, ambos em históricas apresentações no Brasil. No estúdio, é um requisitado criador de temas, vinhetas e trilhas para TV e cinema. Ary é baiano. Tornou-se mais conhecido como o responsável pela percussão risonha e franca do grupo A Cor do Som, estouro do pop nacional na virada dos anos 70 para os 80. Também emprestou seu virtuosismo a bandas alheias, como as de Gilberto Gil, Jorge Ben Jor e Rita Lee. Antes disso tudo, em sua terra natal, foi um dos fundadores do Conjunto de Música Contemporânea da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também integrou a Orquestra Sinfônica da Bahia e trabalhou com o suíço Walter Smetak (1913-1984), revolucionário inventor de sons e instrumentos que influenciou os tropicalistas. Ary vem de longe.

De tempos em tempos, Fernando Moura troca a rotina profissional pela produção de discos autorais, movido por aquela satisfação que acabou o unindo a Ary. Ao ouvir Tudo Piano (2010), o mais recente CD solo daquele cara com quem já tinha trabalhado junto até em trio elétrico, o músico baiano descobriu que já estava na hora deles tocarem juntos, mas juntos mesmo. Empolgado, construiu uma caixa, que chamou de “caixambor”. A estrutura de madeira abriga dois tambores, o africano djembê e o turco derbak – é parte do criativo arsenal com que ele acompanha o piano de graves fortes do canhoto Fernando Moura.

Em CosmeDamião, temas de Tudo Piano, o álbum anterior de Moura que encantou Ary, entraram naturalmente. Amizade, Sumatra e Pedra do Leme nasceram originalmente das teclas brancas e pretas e dos recursos de computador. Agora, o aparato digital dá lugar ao calor de instrumentos como cajón, calimba, cuíca, tamborim, triângulo e prato, além do “caixambor”, usados de forma original por Ary Dias. O pianista Antonio Adolfo, pioneiro da música independente no Brasil, ouviu o trabalho e decretou: “um estilo se funde com o outro, tem um pouco de baião, um pouco de samba. Mas, quando você tenta definir, se estrepa ao ouvir o triângulo, muito usado na música nordestina, tocando samba”. Na mosca. A farra se estende por clássicos do jazz (Armando’s Rhumba, de Chick Corea) e da música brasileira (Água de Beber, de Tom Jobim), antes de desaguar em composições próprias. Estão lá também a primeira parceria da dupla, a faixa-título CosmeDamião, e 44 do Segundo, ideia de um empolgado Moura surgida nos últimos momentos de gravação. Dias comparece com a singela Atenção e, em momento único do CD, solta a voz na arrepiante Afro Bebê, inspirada em ponto de candomblé que ouvia na infância. De tão bonita, a canção volta no final do disco em versão bônus, com arranjo de cordas. Ficou o fino.

Pedro Tinoco – jornalista

Locais de venda através do site: www.tratore.com.br ou nas melhores lojas do Brasil







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