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Confira a nossa entrevista com CAMBADA MINEIRA


Postado em 27/01/2010

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A banda Cambada Mineira, que já está na estrada há dez anos e aposta em um som que mistura música mineira dos anos 70 com poesia cotidiana, está lançando o DVD e o CD Urbana "Fanzine", em um repertório inédito e autoral. Confira aqui a entrevista.


G.M.: Em primeiro lugar parabéns pelo som. Costumo ouvir bandas que se preocupam muito com a interpretação vocal, outras com um cuidado imenso com o instrumental, e por último há bandas cujas letras são verdadeiras poesias, porém fica mais difícil encontrar trabalhos que conseguem aliar todas essas características nas canções. Esse cuidado com cada música presente no "Urbana Fanzine" é uma herança dos artistas que fazem parte de suas referências?

C.M.: Claro que a qualidade das obras do pessoal do Clube da Esquina nos influencia até os dias atuais. Porém, a preocupação em fazer um trabalho comprometido com a qualidade é uma fixação nossa desde o inicio da história do grupo e, no Urbana Fanzine, consideramos que chegamos ao ponto de renovação e maturação desse processo.

G.M.: Quais são os artistas que formam as referências do Cambada?

C.M.: O convívio e a oportunidade de fazer coisas juntos nos possibilitou a condição de poder observar de perto as harmonias e o requinte do Toninho Horta, as melodias do Lô Borges, as letras do Marcio Borges e do Fernando Brant, os vocais do 14 Bis, mas acima de tudo temos o nosso modo particular de observar e criar canções. Temos a mistura do mato com a cidade, do regional com o urbano e, como citou o próprio Toninho Horta em nosso DVD, temos um jeito mais pop de tocar, pois gostamos disso.

G.M.: Além da mpb mineira, quais outros estilos agradam a vocês?

C.M.: Música brasileira boa, rsrs.

G.M.: Como é estar em uma banda com dez anos de carreira? O que aconteceu de melhor nesse período e o que ainda não aconteceu para a banda?

C.M.: Aconteceu de bom poder viajar o país, ver que é possível ser independente e comprometido com a qualidade, ver nosso trabalho reconhecido. Tivemos a honra de ter um disco premiado em 2006 e que contou com a participação de grandes nomes da nossa música. O que talvez ainda falte é ver nosso trabalho ser mais executado nas rádios das metrópoles, aparecer um pouco mais na grande mídia.

G.M.: Como surgiu a idéia do DVD?

C.M.:  Surgiu por uma necessidade normal de mercado, que hoje já sai meio que paralelo ao CD, ao mesmo tempo em que também ter algo mais documentado, para poder contar mais de nossa trajetória. Evitamos muitas participações conhecidas como no CD anterior para focar mais no trabalho do próprio Grupo.

Das participações anteriores ficou o Toninho Horta que é o nosso "PADRINHO", nosso parceiro desde o nosso primeiro show, há 10 anos.

G.M.: E as homenagens ao Rio de Janeiro, será que não vai enciumar os mineiros. rsrsrs

C.M.: O mineiro ama o Rio, uai!!! rsrs O Rio é a nossa segunda casa, nosso abrigo e de nossas famílias.

G.M.: A banda costuma deixar fãs por onde passam, mas onde está a maior parte dos fãs da banda, no Rio ou em Minas?

C.M.:  Nos dois Estados, como também em São Paulo, Vitória e Brasília.

G.M.: Os arranjos vocais foram inspirados em algum grupo vocal?

C.M.: Pegue uma panela e misture uma pitada de Boca Livre, outra do 14 Bis e mais outra do Garganta Profunda. Acrescente tudo o que ouvimos do progressivo de grupos como o Yes. Nesse modo de tempero formamos o jeito mineiro-carioca de cantar do Cambada. rsrs

G.M.: O Galeria Musical tem como foco os álbuns lançados por artistas, valorizando a obra em si por se tratar do retrato do artista em um determinado momento, o que não dá para sentir ouvindo apenas a música de trabalho. O que vocês acham dessa ideologia?

C.M.: Perfeita. Essa coisa da música de trabalho é simplesmente uma necessidade de facilitar a conversa com as rádios, mas o conteúdo de um álbum deve ser analisado pelo conjunto da obra.

Um álbum feito de forma séria, pensado, passa por uma série de combinações sonoras e linguagem poética em que uma canção não resumiria toda sua essência, sua plenitude.

G.M.: O mercado musical mudou muito nos últimos dez anos, como vocês acham que as músicas serão consumidas daqui pra frente?

C.M.: Difícil dizer. As rádios e as TVs ainda têm um papel muito importante em se tratando de Brasilzão, das cidades do interior. Mas a internet muda cada vez mais as estratégias, não somente de consumo, mas de divulgação principalmente.

G.M.: Em termos de álbum, qual o diferencial entre "Urbana Fanzine" e os outros CDs de inéditas?

C.M.: O Urbana Fanzine é um álbum mais urbano, mais pop, mais radiofônico com certeza. E foi concebido nesse formato após analisarmos a necessidade de ampliar nossa mensagem.

G.M.: Falando em inéditas, a aceitação por parte do público de um repertório autoral foi um processo difícil, ou o pessoal já entendeu a proposta desde o início? 

C.M.: Todos os nossos discos são testados nos shows. No cd MEU RECADO lançado pela gravadora ROB DIGITAL existia uma divisão entre o trabalho autoral e as releituras dos clássicos do Clube da Esquina. No URBANA FANZINE sentamos e pela primeira vez compomos o CD por inteiro. Assim começamos a cantar e testar as músicas nos shows e todas as composições que estão no CD tiveram uma empatia de imediato com o nosso público, algumas além do que imaginávamos, inclusive.

G.M.: Particularmente gosto muito de trabalhos de bandas com mais de um vocalista, afinal de contas sou fã dos Beatles (com quatro vozes), Sá, Rodrix e Guarabyra (três vozes), além de outros. Por outro lado existe a preocupação de caracterizar o som de uma banda pela voz do artista. Vocês tiveram alguma dificuldade com a questão vocal no início?

C.M.: Não, mesmo porque nossas vozes (minha, João Francisco e do Amarildo) timbram muito próximas. A sonoridade de nossos arranjos vocais fidelizou uma composição não convencional, trazendo à tona o diferencial do Grupo. Talvez isso tenha colaborado para conquistarmos nosso público.

G.M.: Qual expectativa da banda com o lançamento do CD e DVD "Urbana Fanzine"?

C.M.: Expectativa de além de agradar ao nosso público, poder ver nosso trabalho ser executado nas rádios cariocas e, claro, das principais capitais desse nosso Brasil, espalhando nosso produto pelo país afora além do círculo pelo qual já navegamos. Imaginamos e intencionamos também a possibilidade de atingir um público mais jovem e além dos limites da história do Clube da Esquina.

G.M.: Pra finalizar, o Galeria Musical deseja à banda sorte e sucesso com o novo CD.

C.M.: Muito obrigado, nós também agradecemos pela oportunidade do Galeria Musical e parabenizamos pela seriedade com que conduzem esse mecanismo de informação para todos que se interessam por música. Um ano de 2010 muito bom para todos nós!!



Você pode baixar o single “Urbana Fanzine” na seção Downloads





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