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Confira a nossa entrevista com DANY NASCIMENTO


Postado em 02/02/2016

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Por Flávio Marques

Uma voz delicada, que entoa bonitas músicas que grudam no ouvido. Assim é o cantar de Dany Nascimento, mineira que virou curitibana e, depois de muitos e muitos anos de carreira, finalmente fez seu primeiro show solo, um show para chamar de seu.


No dia 27 de janeiro, a cantora e compositora lotou o Centro Cultural Portão – Auditório Antônio Carlos Kraide. Com ingressos esgotados, disse a que veio. Bem acompanhada, contou com Anderson Beck (baixo), Valmir Pêgas (bateria), Hebert Nascimento (teclado e guitarra), Ariane Souza (backing vocal) e Carolina Maia (backing vocal).

Para o caloroso público, Dany executou 16 músicas, compostas por ela, parceiros curitibanos, outras de autores conhecidos e versões de músicas estrangeiras. Tudo isso justifica o nome do show: “Dany Nascimento – Mais Perto”. E é assim que você vai saber mais dela, lendo a entrevista abaixo.

Como nasceu o seu novo show? Como foi o processo de preparação dele?

Surgiu da necessidade de trabalharmos diretamente com o público, ao invés de ficar só no produto (CD) e de me expor como artista. Projetamos há quase um ano, mas foi através de um pocket-show beneficente que decidimos decolá-lo. Nesse processo de trabalho (que começou na composição das músicas lá atrás), surgiram os componentes da banda que trouxeram suas contribuições musicais: o baterista Valmir Pêgas e o baixista Anderson Beck. Dos ensaios convidamos o produtor musical Hebert Nascimento para as guitarras e teclado e as backing vocals Carolina Maia e Ariane Souza, que deram um colorido sonoro. Criamos a identidade musical e dela a visual com a Susan Silva, na fotografia e cenografia e com a direção de arte do Rodrigo Belato. O resultado vocês vão sentir no dia 27/01/16! (Risos).

Bons músicos fazem toda diferença. Como você escolhe os seus?

Pela afinidade ao trabalho, dedicação e acreditar neles. Músicos bons existem aos montes, mas músicos que agregam sua verdade e talento à um trabalho é fundamental para mim.

Num país que não tem tantas compositoras mulheres, comparando com o número grande de homens, qual a importância da mulher que compõe?

É a prova da evolução da nossa sociedade! A mulher, por inúmeras décadas, ocupou um espaço na música apenas como interprete (salvo Chiquinha Gonzaga, Dolores Duran, Maysa, Rita Lee e outros nomes que quebraram paradigmas). Essa contribuição deve ser comemorada! A visão feminina na música traz o sentimento de uma ótica que antes era vista do patamar masculino poeticamente, sem querer ser feminista, extremista ou transgressora. Compor independe de gênero. É inerente ao ser humano criar! ...

O que você acha de concursos de calouros no mundo da música? Participaria de um?

Eu já participei e percebi que é um jogo. Concursos como os festivais de música da década de 60 revelaram grandes nomes, mas hoje em dia é diferente por conta do modismo e da indústria. É fato que, nos concursos atuais, a exposição ajuda, mas a continuidade e, principalmente, a qualidade artística estão falidas, a meu ver. Não representam a potencialidade musical brasileira.

Financiamento coletivo é a palavra de ordem para essa geração de artistas independentes?

É um caminho. Desde que a sociedade terceirizou suas responsabilidades primárias à instituições e órgãos públicos, nos vimos obrigados a “correr entre os lobos”. Há uma esperança para artistas independentes e até consagrados no financiamento coletivo, pois o mesmo é um espaço de criação junto ao público. O difícil é educar o consumidor a entender que ele passou a ser tão importante na produção desse CD quanto o próprio artista.

Quantos anos de carreira você tem? Quais os desafios nesse tempo todo?

20 anos na estrada, entre estudos, oficinas, eventos, shows e gravações. O desafio sempre foi e será: acreditar na minha arte e no meu sonho.

Quem são suas referências musicais?

Sem dúvida: Elis Regina. Ela é única, singular. Rosa Passos, Alcione, Gal Costa, Maria Bethânia, Cássia Eller são influências bem presentes também.

Como você lida com as críticas?

Quem gosta de críticas destrutivas? Mas elas fazem parte do trabalho. Sempre vai haver gente que gosta e gente que não gosta. O importante é que há espaço para todos! ...

Ao ligar a TV, o que você pensa sobre a música que está sendo divulgada nos tempos de hoje?

Depende do tipo de música e canal de TV! Sempre achei que a MTV brasileira teve um papel super importante na divulgação do artista e do videoclipe. Perdemos isso. Veio a internet onde tudo e todos podem ser músicos, artistas, heróis, uma verdadeira “caixa de pandora”! Ganhamos algo? Não sei... O que importa para as emissoras são os artistas que, comercialmente, dão lucro ou ibope e sustentam isso tudo. Educar a escuta é a solução. E só acontecerá se percebermos que a música é o termômetro que mede a saúde de uma sociedade.

O que vem pela frente? Projetos, CD novo, parcerias?

Expandir! Quero mostrar para todo o Brasil o meu trabalho. Projetos de shows, novas parcerias com outros compositores, lançar meu primeiro CD, continuar acreditando na arte.





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