Entrevistas Exclusivas

Confira a nossa entrevista com IRIA BRAGA


Postado em 01/10/2015

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Por Flávio Marques

Prestes a estrear seu show solo em São Paulo, a cantora, atriz e apresentadora de TV curitibana Iria Braga, concedeu entrevista inédita e exclusiva para o Galeria Musical. Desde que lançou o primeiro álbum, Iria vem colhendo elogios tanto do público, quanto da crítica especializada. Acompanhe:


Pesquisando, vi que você fez uma temporada de shows recentemente. Isso é curioso, porque faz tempo que não é uma prática comum. Por qual motivo você a realizou?

A cada dia que a temporada se aproximava, eu me questionava: "Por que eu inventei isso? Ninguém vai vir.” Porém, minha intuição inicial estava certa: foi maravilhoso. Todos os dias tive um ótimo público, inclusive com pessoas voltando. Ficar em cartaz é uma delícia e isso vem da minha relação com o teatro. Você tem a possibilidade de desenvolver, reelaborar as ideias. Em um único dia não é possível estabelecer uma relação plena com o ambiente, com o chão do palco, com o camarim (amo um camarim... risos), conseguir que os elementos confluam para criar um espetáculo redondinho e expor-se em sua totalidade. Existe uma mística e um ritual interessante em voltar ao teatro, realizar os mesmos preparativos, expor-se, descansar, voltar... um ciclo vivo. Alguns dos meus ídolos são referência para essa decisão. Antigamente, os espetáculos de música sobreviviam sob esse conceito, mas hoje, com a urgência das novidades, mal você faz um show e já tem que criar o próximo. Cada apresentação é única. E para ficar em cartaz, há de se ter investimento, porque manter uma produção paga é quase impossível.

No império da fofura que a música brasileira vive, qualquer um percebe que você passa bem longe disso. Você se sente um peixe fora d'água? Sente que caminha quase que sozinha?
"Império da fofura" me lembra aquele desenho dos "Ursinhos Carinhosos"... hahahaha. Até se eu quisesse parecer, estaria forçando uma barra. Mas, eu não tenho nada contra, acho até bonitinho. É perceptível que meu som não dialoga em nada com esse universo. E é obvio que para cada uma Simone Mazzer, tem cinquenta novas bandas ou cantoras que brotam. Falo nela porque é uma das cantoras mais incríveis da atualidade. Então, eu me inspiro e não me sinto sozinha, não, muito pelo contrário. Se entrarmos no papo mercado, consumo, público, acho que a gente tem um trabalho muito maior para sobreviver com essa música que vai no contra-fluxo.

Você fará um show em São Paulo, no icônico Teatro Itália, que eu, particularmente, adoro. Quais são as expectativas para esse espetáculo? Você está preparada para enfrentar São Paulo?

Estou bem feliz em poder levar meu show completinho para um teatro. E para um especial, que é o Itália. O Erlon e a Elis me acolheram generosamente, já é um bom começo, né? Adoro São Paulo e já passei algumas temporadas por lá. Pretendemos apresentar o show com o mesmo amor e intensidade com que o produzimos em Curitiba. É muito bom poder fazer essa circulação, levá-lo a um novo público, com diferentes referências e circuito cultural. Estou preparada é para dar um abraço em São Paulo, isso sim, e não enfrentar... hahahaha. O que sinto agora é aquela ansiedade boa.

No eixo Rio-SP chovem cantoras todos os dias. Qual o seu diferencial?
Pergunta difícil. Sim, existem cantoras maravilhosas que vivem nessas cidades. Não sei falar sobre o "diferencial", aliás, não me acho tão única assim. Mas, sei falar sobre o que eu investigo para estar mais próxima de uma assinatura. Eu me questiono, eu me infernizo até saber o que a "Iria" essencialmente é e quer expressar. Nem sempre eu tenho respostas, mas as perguntas me movimentam. E se eu tivesse que sintetizar, seriam palavras como: “intensidade”,” extremismos” e “antagonismos” que eu devolveria. Eu não tenho medo de sentir e expressar.

Iria Braga, em 17 anos de carreira, por enquanto, apenas um disco solo. Você precisa gravar mais, o que falta?

Eu sempre me dediquei muito mais a produzir shows e a estar no palco do que gravar. A experiência empírica me pega fortemente. Apesar dos meus anos de estrada, não fico me cobrando por isso. Confesso que tinha uma certa relutância em gravar, mas, no fim, foi uma experiência ótima. Gravei porque eu tinha o que dizer, eu tinha um repertório vivenciado, do contrário, não faria. Um CD dá um trabalho imenso e custa alguma grana. De qualquer forma, estou mirando no próximo e creio que optarei por um financiamento coletivo.

Quando você vem cantar em Fortaleza?

Ah! Seria maravilhoso e adoraria que fosse esse ano ainda. Agora partimos para uma fase dos shows do disco que é circular pelo país. Sem parcerias na produção é complicado, especialmente quando se é independente. Torço para que consigamos essa parceiros aí e logo eu possa dar essa boa notícia.





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