Resenha do Cd Russian Roullet / Hollies, The

RUSSIAN ROULLET title=

RUSSIAN ROULLET
HOLLIES, THE
1976

POLYDOR
Por Johnny Paul Soares

Uma tentativa nem ótima e nem péssima de pisar em solos férteis. Ora Rock 'N Roll, ora Funky, ora Pop, ora Disco. Uma miscelânea sonora agradável de se ouvir deitado em uma rede em fim de tarde de sábado graças a cortesia de uma banda com a proposta/perseverança de seguir provando estilos diferentes e tampouco amargos. O The Hollies decolou em boa altitude a partir do disco "The Hollies", de 1974.

Em 1976, eles haviam lançado o bom "Write On" (apenas no Reino Unido) e, no mesmo ano, viera às prateleiras pela Polydor "Russian Roulette", que trouxe uma banda sem uma definição exata, mas ainda assim coesa. O último grande álbum com o vocalista Allan Clarke pois, a partir de "Crazy Steel" de 1978, a coisa desanda, mas essa é uma história para uma outra resenha.

O time de compositores Terry Silvester (guitarra), Tony Hicks (guitarra) e o próprio Allan Clarke ainda preservaram alguns momentos da fase sessentista como é audível na bela "My Love" e "Louise". Como pular de uma calçada para outra, a presença da crescente Disco Music do final dos anos setenta não somente é cravada em boa parte do disco como deixa a desejar na canção "Draggin' My Heels", com uma levada sonolenta e sem sal, apesar da rica sonoridade. É o que não acontece com a faixa que abre a bolacha, "Wiggle That Wotsit", uma canção dançante e com a cabeça na Discoteca. Outro momento Disco Music que é bastante interessante pode-se perceber em "Lady of the Night", irresistível até para quem não vai com a cara do estilo. A quase pesada "Russian Roulette" é uma boa pedida para um remédio de dor de cabeça após um dia cansativo de trabalho.

O ponto alto fica mesmo a cargo da música que fecha esta obra do The Hollies, falo de "Daddy Don't Mind". Um agito balançante regido pelo teclado de Pete Wingfield e pelas guitarras a la Earth, Wind & Fire de Tony e Terry que foi lançada em single. Ao vivo, a velocidade de "Daddy Don't Mind" era ainda mais acelerada, provando algo que muitas vezes é certo: a capacidade de uma banda levantar o público sabendo que uma tal canção irá levantar qualquer um da cadeira para cravar seus saltos altos no teto do clube.

Em contrapartida, esse álbum muitas vezes é esquecido e alguns afirmam até mesmo que a fase setentista destes ingleses não é boa. Como cada um possui a sua opinião e elas podem ser debatidas, eu dou uma nota 8 para esta fase, mas 6,5 a este disco (tudo em escala de 0 a 10). Ouça e tire suas conclusões. Não é daqueles que se escuta apenas uma vez e devolve na prateleira, mas é memorável.

Resenha Publicada em 29/07/2016





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