Resenha do Cd Circular Movimento / Marsa

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CIRCULAR MOVIMENTO
MARSA
2016

MILLS RECORDS
Por Anderson Nascimento

Banda formada por Thiago Martins (guitarra e voz), Rogério Samico (voz, baixo e sintetizador), Rodrigo Samico (guitarra), Rodrigo Félix (percussão) e Carlos Amarelo (Bateria), a banda Marsa lançou “Circular Movimento” no ano de 2016, como resultado do Prêmio Pré-Amp, que concedeu aos vencedores recursos para gravação, mixagem e prensagem de mil cópias. Um novo concurso, porém, organizado pelo selo Mills Records, deu à banda uma nova tiragem do álbum em 2017.

Assim, o belo disco produzido pelos irmãos Samico, chegou recentemente à Região Sudeste, por intermédio do próprio selo carioca Mills Records. A banda traz músicos experientes, na faixa dos 30 anos, que apresentam um balaio de sonoridades carregadas de brasilidade como forrós, sambas, baiões, choros, valsas, serestas, entre outros, tudo com tempero regional e referências das mais diversas.

Há muito de MPB setentista, e nesse balaio estão influências de Clube da Esquina, Mutantes e A Cor do Som, talvez de maneira inconsciente, mas o disco te permite passear por tais texturas e bandas, cercando o disco de canções que atestam o poder da música brasileira.

“Sobre a Paixão” abre o disco bebendo desse passado setentista, porém sempre apontando para o futuro, em faixa que consegue desenhar de forma perfeita essa ponte entre passado e presente, muito disso por conta do instrumental ora minimalista, ora frenético, adornado por efeitos e guitarras estridentes.

Já a faixa título é um bom exemplo da brasilidade oferecida pela banda em pegada que parece se inspirar em sonoridades afro, vibrantes e dançantes. Vez ou outra percebemos uma referência mais explícita de Mutantes ou Novos Baianos, caso da boa canção “Vermelho.

A soturna canção “Serpente” é uma das melhores do disco e traz a colaboração de Felipe S., da banda Mombojó, tocando baixo. A canção foi feita para ser trilha do curta-metragem “Crua”, de Benedito Serafim.

Talvez “Circular Movimento” leve um tempo para cair no gosto do ouvinte de primeira viagem. As músicas não são fáceis, não têm a intenção de grudar na ponta da língua, mas a banda torna explícito em seu som o talento, a inventividade e originalidade, tudo isso recheado de arranjos ricos e certeiros. O grupo tem tudo para dar sequência a esse belo trabalho de estreia.

Resenha Publicada em 22/02/2018





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