Resenha do Cd Os Invisíveis / Ultraje A Rigor

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OS INVISÍVEIS
ULTRAJE A RIGOR
2002


Por Anderson Nascimento

Quando em 1993 o Ultraje a Rigor lançou o disco "Ó", mal podiam imaginar que a banda iniciaria um hiato de quase dez anos sem dar a luz a um álbum de inéditas. Conta-se que o sumiço da banda motivou o nome dessa pérola chamada de "Os Invisíveis".

Neste disco Roger faz uma gostosa mistura do tradicional estilo bem-humorado da banda, com a levada Surf Music aposentada no Brasil desde os anos oitenta. E a mistura dá muito certo.

Em termos de espaço no álbum, as canções mais "sérias" são a maioria no álbum. “Os Invisíveis” traz um Roger Moreira tradicionalmente despreocupado, e parecendo empenhado em fazer o som que estava populando a sua cabeça naquele momento.

Se por um lado existem canções dispensáveis como a escatológica "Esta Canção" e a sem graça "Todo mundo gosta de mim", que curiosamente abrem e fecham respectivamente o disco, por outro, a banda mostra-se brilhante reconectando a pegada Rock and Roll com letras leves e descontraídas. Isso fica explícito logo em "Miss Simpatia" composta por Gabriel Thomaz (Autoramas), um Rock básico com letra que remete à Jovem Guarda.

Além disso, o disco também marca a criação de dois novos clássicos da banda: "Me dá um olá", que inclusive foi trilha sonora da novela global Malhação e "Agora é tarde", que juntas somaram mais alguns pontos a favor do ótimo repertório da banda.

A surf music do disco é escancarada em "O velho surfista" e "Onda", ambas instrumentais, que remontam a sonoridade de bandas como "The Pops" que nos anos sessenta dava um ar de Califórnia ao cancioneiro brasileiro.

O disco ainda dá lugar para o Skazinho "Im Sorry", música cheia de swing e com letra que se reveza entre o português e o inglês. E para um momento mais pesado com "A gente é tudo igual", uma porrada certeira para contrabalancear o álbum.

Roger recorre pouco ao estilo clássico da banda, "Domingo eu vou pra praia", um dos singles do álbum, representa um desses poucos momentos. A canção possui a mesma pegada do álbum, porém é nervosa e traz o tradicional palavrão que já virou até nome de uma das músicas da banda.

"Os Invisíveis" não é um disco fácil de encontrar para a compra, mas deve ser encarado como peça obrigatória na discografia de qualquer um que curte um Rock honesto e bem feito.

Resenha Publicada em 18/02/2010





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