Por Anderson Nascimento
Com boa parte do repertório já testado ao vivo, o Coldplay lança seu quinto álbum, que tenta propositalmente ser menos pomposo que o seu antecessor, “Viva La Vida”, lançado em 2008.
A escolha das canções “Every Teardrop is a Waterfall” e “Paradise” como singles, realmente foram acertadas, já que ambas possuem potencial não somente para serem hits, como também para entrarem diretamente para a lista das melhores canções da banda.
Por outro lado, em alguns momentos temos a impressão de já ter ouvido uma ou outra melodia em algum lugar ao longo das canções do álbum. Esse é o caso do belo single “Every Teardrop is a Waterfall”, que se assemelha com “Life in Technicolor II”, lançada no EP “Prospekts March”, e “Major Minus”, também outra boa canção, que acaba lembrando um pouco o côro de “Sympathy for the Devil” dos Stones.
O disco ora se ampara em faixas que encaminham o álbum para o Pop, caso de “Princess Of China”, que conta com a participação da cantora Rihanna, e em outros momentos tende à um minimalismo insípido, casos de “Up In Flames” e “U.F.O”. Já canções como “Hurts Like Heaven” e “Don´t Let It Break Your Heart”, ultrapassam a temática Pop e aproximam mais a banda para as pistas de dança, enquanto “Us Against The Word”, único baladão do disco, consegue somar mais um ponto positivo ao resultado final do álbum.
A verdade é que o Coldplay é uma banda que sabe empolgar como poucos com suas canções recheadas de refrões e “ôoôos” para serem cantados ao vivo, e, no caso de “Mylo Xyloto”, a banda consegue entregar exatamente isso, espalhados em um punhado de boas canções, o que consegue fazer desse disco outro bom lançamento de sua carreira, mesmo mais uma vez equilibrando pernosticismo e consciência.