Resenha do Cd Barão Vermelho / Barão Vermelho

BARÃO VERMELHO title=

BARÃO VERMELHO
BARÃO VERMELHO
2004


Por Anderson Nascimento

Após uma longa espera, o Barão enfim voltou a se reunir e a lançar um álbum de inéditas. Nesse meio tempo Frejat, o mentor da banda, acabou consolidando a sua carreira solo, com dois bons discos e um som mais adulto, porém, bem distante do Rock que outrora o colocou no patamar mais alto da música brasileira.

A volta, após esse longo hiato, era para trazer uma banda roqueira e um disco no mínimo bom. Só que infelizmente, após ouvir o álbum chegamos a triste conclusão de que o Barão não faz mais falta ao nosso Rock. Algumas coisas acabam se confundindo neste novo trabalho, principalmente o nome "Barão vermelho", que sempre foi sinônimo de Rock, e as músicas do Frejat, agora mais MPB do que nunca.

Não que o disco seja tão ruim, mas não surpreende. Sem dúvida dá um banho no "Puro Êxtase", mas onde está o bom e velho Rock’n’Roll?

Por pura ironia, a música mais Rock’n’Roll do disco é o primeiro single "Cuidado" que também representa o pior momento do disco. A má impressão deixada logo de cara, poderia ter sido evitada se a primeira música a ser trabalhada fosse a faixa que abre o álbum "Cara a Cara" um Rock no verdadeiro sentido da palavra, e, junto com o segundo single "A chave da porta da frente", são as melhores músicas do álbum.

Alguns momentos do disco são constrangedores, principalmente na faixa "Embriague-se", que acho que nem o Chorão do Charlie Brown Jr conseguiria escrever algo pior. Para quem achava que nada poderia superar os versos de "...então já era, eu vou fazer de um jeito que ela não vai esquecer..." do CBJ, tente "...embriagar-se é preciso, não importa que horas são..." dessa música, ou tente ouvir ainda as vintes vezes em que Frejat repete a palavra "embriague-se" na música. Em outro momento, na música "Pra toda vida", ouvimos uma espécie de Lulu Santos minimizado às últimas conseqüências, tipo, existe algo mais insosso?

Quando a banda tenta ser menos Rock e mais pop, eles finalmente acertam a mão no álbum, é o caso de "Mais perto do sol" e "O dia em que você me salvou", mas como Barão não convence, fica novamente com cara de Frejat solo.

Aquele "baladão que nunca falta em um álbum", neste disco é a "Cigarro aceso no braço", apesar do nome pitoresco, é muito bonita e possui um arranjo irrepreensível.

O disco ainda tem outro grande momento com a música "Tão inconveniente", que lembra aquela saudosa veia "Stones" do Barão.

Pessoalmente sempre preferi o Barão pós-Cazuza, por considerar mais pesasdo, mas infelizmente vejo que ta na hora do barão pensar melhor antes de lançar algo inédito sob a marca Barão Vermelho. Individualmente temos Frejat e Rodrigo Santos fazendo belos discos, isso sem contar a banda paralela "Os Britos", então será que não é melhor continuar a carreira solo e preservar o nome da banda?

Resenha Publicada em 18/04/2005





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