Resenha do Cd Brasil...quem Quiser Pode Ir / Jorginho Do Império

BRASIL...QUEM QUISER PODE IR title=

BRASIL...QUEM QUISER PODE IR
JORGINHO DO IMPÉRIO
1973

DISCOBERTAS
Por Anderson Nascimento

A cuíca que chora na abertura de “Brasil...Quem Quiser Pode Ir” não só abre o primeiro álbum do sambista Jorginho do Império, como também anuncia a estreia de um importante nome de nosso Samba que construiu uma vistosa carreira como cantor, e é peça fundamental na história da Escola de Samba Império Serrano.

Jorginho tem pedigree, é filho de Mano Décio da Viola - bamba das antigas e fundador da escola de Samba Império Serrano - e aqui faz uma estreia honrosa, compilando sambas com repertório escolhido por seu pai, que escreve todo orgulhoso o release de apresentação de seu filho na capa do disco.

Já na faixa de abertura, “Quem Me Ensinou Já Morreu” (Aluísio Machado), o Samba de Jorginho já consegue empolgar em clima de um partido alto despojado e com maturidade de quem já parecia ser um veterano. Falando em partido alto, Jorginho também apresenta, a ótima “Que Samba É Esse” (Jorginho Pessanha), onde várias personalidades do Samba são citadas, alinhando a canção ao improviso inerente ao estilo.

O disco se sai muito bem em termos de repertório, agregando composições de Martinho da Vila, “Maria da Hora” e “Calango Longo”, além de Candeia, Noel Rosa, e do próprio Mano Décio da Viola (com Jorginho Pessanha) caso da belíssima “Hora de Chorar”.

Além do grande repertório, vale destacar também a versão de Jorginho do Império para o Samba-Enredo “Heróis da Liberdade (Silas de Oliveira – Mano Décio da Viola – Manoel Ferreira), regravado por diversos artistas, entre eles, o próprio Martinho da Vila, figura importantíssima na carreira de Jorginho.

Este disco faz parte de um pacote de quinze outros relançamentos colocados novamente em catálogo via gravadora Discobertas, sendo muito deles lançados pela primeira vez em CD. Além desse álbum, também ganha luz novamente o disco de 1974, que dá sequência ao trabalho de Jorginho do Império na extinta gravadora Equipe.


Resenha Publicada em 08/11/2012





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