Por Anderson Nascimento
O nome é de um antigo craque do futebol inglês, mas este Lineker que estou apresentando é um cantor e produtor mineiro radicado em Campinas (SP), que acaba de lançar o seu primeiro disco, financiado pelo FICC (Fundo de Investimento à Cultura de Campinas) e pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo,) e distribuído pela gravadora Tratore.
Gravado entre maio e outubro de 2012 e lançado em dezembro, “eLe” traz um bom repertório que passa por Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Dominguinhos, Jorge Ben, Mutantes, Milton Nascimento e Gonzaguinha, entre outros, o seu disco vai sendo costurado de forma bastante particular, o que acaba criando uma atmosfera de textura interessante.
Se em alguns momentos o álbum beira ao minimalismo, caso de “A Lenda do Abaeté” (Dorival Caymmi), por outro, Lineker consegue manter interessante estética pop, ainda que trazendo a canção para um contexto próprio, o que fica claro na simples versão da bela canção “Eu Não Me Arrependo” (Caetano Veloso).
O disco ainda viaja pelo Rock de “Mamãe Coragem” (Caetano Veloso, Torquato Neto) e passeia pelo cenário louquíssimo de “El Justiceiro (Arnaldo Baptista, Rita Lee, Sergio Dias), enquanto em outros momentos amplia e explora as possibilidades vocais do cantor em canções como “Tonada de Luna Llena” (Simón Diaz), e na vinheta “Aboio” (Domínio Público).
Após anos concebendo e apresentando vários espetáculos musicais, Lineker sentiu que já era hora de lançar um disco e, com ele, se mostra inventivo, audacioso e competente em um álbum, no mínimo, interessante.