Resenha do Cd Ready To Die / Stooges, The

READY TO DIE title=

READY TO DIE
STOOGES, THE
2013

INDEPENDENTE
Por Thais Sechetin

Em 2009, após a morte do guitarrista Ron Asheton, os Stooges decidiram que precisavam gravar mais um disco e quatro anos depois, sai do forno "Ready To Die", pela gravadora independente Fat Possum Records.

No centro de um alvo e com dinamites pelo corpo, Iggy, aos 66 anos mostra que não tem nada a perder e está pronto para destruir tudo. Logo na primeira faixa do novo álbum, os riffs e a parede de barulho da banda já mostram bem que "Ready to Die" é barulho, força e tapa a orelha!

O álbum resgata a força e batida punk de "Raw Power", lançado em 1973 e parece ser bem oposto do criticado "The Weirdness" de 2007. A volta de Williamson casando com a bateria de Scott Asheton faz uma boa diferença na sonoridade das músicas, em algumas faixas lembrando bem a fase garageira da banda.

O sax de Steve MacKay traz um clima mais jovial e sofisticado para canções como "Sex and money", que chega a ser uma faixa bem divertida. Quase setentões, ouvir os avôs do punk, dizendo coisas como "Estou à procura de uma razão para viver/ Sexo e dinheiro / Eu só tenho duas coisas para dar / Sexo e dinheiro", chega a parecer irônico e debochado. Mas estamos falando da banda de Iggy Pop, o cara que rolava em cacos de vidro, fazia as mais absurdas estripulias em palco e também fora dele e simplesmente revolucionou, junto com outras bandas, a história do Rock. Então está certo, ele pode!

Lembrando que desde a década de 70, o público fã de Stooges mudou bastante e hoje em dia, ao se falar de Punk Rock a gente foge um pouco daquela cena sombria e densa das ruas de Nova York e o que dita as regras agora é algo mais leve, jovial, talvez até mais divertido, de fato.

O álbum mescla bem o as características jovem e agressiva nas faixas que seguem, como a letra de "Gun", que chega a ser uma dura crítica a sociedade americana "gritando com outro cara / argumentando sobre a torta / se eu tivesse uma arma / atiraria em todo mundo".

O diferencial de "Ready To die" (voltando até aos dois primeiros álbuns que hoje em dia mal são citados para comparar com o atual), é que pela primeira vez pode-se sentir uma pausa para o barulho e uma dedicação a sonoridade. Percebe-se bem nas faixas "mais lentas" do disco ("Unfriendly World", “Beat That Guy" e “The Departed") que não chegam a ser baladas, pois a forte e grave voz de Iggy traz uma referência folk, o que deixa o novo trabalho ainda mais interessante.

A faixa título do disco não chama muito atenção se for comparada aos outros certos sucessos, mas também é muito bem produzida e conta com os ótimos riffs de Willianson , lembrando também a fase "Fun House/ Raw Power".

Destaques então para "Unfriendly World", "Sex and Money" e a faixa que fecha o trabalho "The departed", uma homenagem ao falecido guitarrista e fundador dos Stooges junto com Iggy e Scott Asheton, Ron Asheton. Faixa que faz chorar até os mais duros avôs punks quando é tocado o riff de "I Wanna Be Your Dog", criado por ele e clássico da banda.

Nesse momento do disco não tem como não parar e pensar se estamos mesmo prontos para morrer, como o título do trabalho diz. Talvez sim, e isso até é mais fácil de se preparar do que perder pessoas que realmente gostamos.

Vale lembrar também, para os amantes do vinil, que o trabalho foi lançado nesse formato e está disponível nas principais livrarias e lojas de discos. Fica a dica para os colecionadores!




Resenha Publicada em 09/06/2013





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