Por Anderson Nascimento
Se há um fato que irrefutável em relação ao BritPop, esse fato é que essa estética musical foi responsável por nos devolver o prazer de curtir das melodias assoviáveis e refrãos grudentos. E é exatamente isso que encontramos em “Keys To The World”, terceiro álbum da carreira solo de Richard Ashcroft, ex-vocalista da banda The Verve, um dos grupos que surgiram na fase inicial do estilo.
O disco consegue ser cirúrgico em relação à cartilha do BritPop, ou seja, Rocks, como em “Why Not Nothing”, faixa de abertura do álbum, baladas como “Why Do Lovers?” e hits radiofônicos como a linda “Break The Night With Colour”.
Ainda que as críticas em relação ao álbum não tenham sido unânimes (nem pro bem, nem pro mal), o disco possui uma coleção de boas (senão ótimas) canções. Os arranjos agregam cordas em quase todo o disco, o que transmite essa aura de produto bem acabado ao disco. Além disso, “Keys To The World” alcançou a segunda posição nas paradas britânica, e também é o álbum ao qual foram extraídos mais singles, em um total de quatro, conseguindo vender um total de 300 mil cópias.
Entre os outros destaques do disco, temos “Music Is Power”, faixa que mescla o Folk de Dylan, com os arranjos sampleados de “Bittersweet Symphony” e a balada Beatle “Cry Til The Morning”.
Depois desse álbum, Richard fez vários shows, todos com boa audiência e boas críticas, embora ele não tenha saído da Europa com essa turnê. Em 2008, reformulou o Verve e lançou o (fraco) disco “Fourth”, encerrando novamente a banda dez meses depois. Hoje atua na banda “RPA & The United Nations of Sound”.