Resenha do Cd Xscape / Michael Jackson

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XSCAPE
MICHAEL JACKSON
2014

SONY MUSIC
Por Anderson Nascimento

Pouco depois da morte de Michael Jackson em 25 de junho de 2009, foi divulgado na imprensa um acordo comercial ora realizado com a Sony Music para o lançamento de dez álbuns póstumos do Rei do Pop. Quatro meses depois de sua morte saía a coletânea “This Is It”, puxada pela inédita faixa que batizou o disco. Mas o primeiro disco póstumo baseado em gravações inéditas foi mesmo o disco “Michael”, lançado em dezembro de 2010.

Lançado em 13 de maio de 2014, “Xcape” segue revirando o baú de Michael para alegria dos fãs que dessa forma têm acesso às gravações que, se não fossem os álbuns póstumos, continuariam trancadas nos arquivos pessoais ou da gravadora do artista.

Muito há de se criticar em projetos como esse, uns chamam de caça-níqueis, outros entendem como uma oportunidade de buscar a completude da obra do artista. Considero importante o lançamento de álbuns póstumos, desde que estes agreguem valor à discografia do artista e não firam a sua imagem com gravações apelativas que não visem outra coisa além do lucro.

O disco conta com oito gravações inéditas de Michael Jackson pinçadas entre o período de 1983 e 1999 e retrabalhadas entre 2013 e 2014 por diversos produtores, entre eles, nomes como os de Paul Anka, Timbaland e Babyface, que foram responsáveis por contemporanizar as gravações.

Na versão deluxe do álbum dá para se ter noção do quanto foram atualizadas as novas versões a partir dos oito fonogramas originais que acompanham o disco bônus, que também traz uma terceira versão de “Love Never Felt So Good”, esta em dueto com Justin Timberlake. Se alguém tem ainda dúvidas da genialidade de Michael, faço um convite para que ouça as versões originais das canções, principalmente no caso da última citada, faixa minimalista aonde a voz de Michael é o principal atrativo.

Em relação às faixas do disco standart, “Love Never Felt So Good” é realmente a grande joia do álbum. A gravação vem de uma demo gravada entre Michael e o cantor Paul Anka em 1983, e sua versão ganhou uma batida suave e extremamente agradável, chegando a lembrar o som de Michael no fim dos 70s.

Momento curioso (e igualmente bacana) do disco é “A Place With No Name”, faixa que adapta “A Horse With No Name” da banda America – cujos representantes aprovaram a canção de Michael e se disseram honrados pela homenagem -, e que conta uma nova história. Como não podia deixar de ser a faixa ganha instrumentais setentistas que chega a lembrar o som feito por Stevie Wonder na mesma década.

Das duas canções que vêm das sessões do “Dangerous” (1991),"Do You Know Where Your Children Are" é a mais legal. A faixa confirma a ótima fase que Michael vivia para a construção de grandes baladas dançantes, e a faixa, que não entrou no disco, tinha tudo para ser um grande sucesso.

“Blue Gangsta” é outra que ficou de fora de “Invincible”, e aqui no disco ganha uma versão que agrega a participação do rapper Pras, fundador do grupo americano de Hip Hop “The Fugees”. O resultado ficou bastante alinhado com o que os artistas desse gênero vêm produzindo. Já “Xcape”, também sobra de “Invincible”, batiza o disco, prestando uma homenagem ao próprio Michael que gostava de batizar os seus álbuns com nome de uma faixa presente no mesmo.

Pra finalizar, quem gosta de ouvir o disco saboreando o encarte também ficará feliz, já que o livreto que acompanha o CD é recheado de informações sobre as canções e créditos sobre as referidas gravações.

Assim como o disco anterior “Michael”, “Xcape” dá sequência ao trabalho de apresentar aos fãs as canções nunca lançadas pelo Rei do Pop e, por enquanto, isso vem ocorrendo de forma cuidadosa e respeitosa. Esperamos que seja sempre assim.

Resenha Publicada em 07/10/2014





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