Resenha do Cd O último Expresso / Basttardos

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O ÚLTIMO EXPRESSO
BASTTARDOS
2015

INDEPENDENTE
Por Anderson Nascimento

O Surpreendente primeiro EP da banda carioca Basttardos alimentou uma grande curiosidade pelo que o grupo produziria logo em seguida. Eis que dois anos depois do lançamento de “Dois Contra o Mundo”, o grupo tirou do forno no fim de 2015 o disco “O Último Expresso”, EP com seis novas canções.

Se no disco anterior o grupo apostou em uma salada roqueira temperada com Punk, Hardcore e Grunge, neste disco o grupo volta ainda mais furioso, porém com uma identidade sonora mais bem definida, se entregando de corpo e alma ao Hardcore.

“Battardos”, a faixa de abertura, tem levada Western, efeitos sonoros, pandeirola, e até uma introdução que remete aos antigos filmes de “bang-bang à italiana”, com batida e uma interpretação enérgica, que cospe frases impactantes como “sem temer, o legado importa mais”, que inclusive parece ser o grande mote desse disco.

“Licor de Cereja” é a melhor faixa do disco, pois além de letra instigante (daquelas que dá vontade de cantar de punhos fechados), a canção tem instrumental abusado, com direito à uma guitarra solando alucinadamente em meio a sujeira hardcore.

Enquanto “Despertar do Parto” roça a calmaria em composição que apresenta a efervescência da paternidade, “Exilados”, traz um Rock industrial que levanta questões comportamentais de classes mais abastadas.

O disco encerra com “Terceiro Elemento”, outro grande destaque do EP, faixa de sete minutos repleta de nuances sonoras e riff marcantes, que ora chega a lembrar o Mettalica, ora lembra um assombroso filme de terror. Vale destacar a ousadia do grupo ao criar essa pequena ópera-hard-rock encravada no fim dos 22 minutos de Rock pesado do disco.

Palmas para a banda também pelo esmero da versão física do EP, que repousa em uma caixinha tradicional em acrílico que também agrega o encarte com as letras das canções, que ajuda a acompanhar as faixas, já que muitas vezes o vocal das músicas é (propositalmente) distorcido ou abafado pela camada sonora presente em todo o disco.

Mais uma vez a banda acertou a mão, dessa vez de uma maneira mais direcionada ao som que parece ser o mais apropriado para o grupo, o que resulta em mais um elogiável trabalho.

Resenha Publicada em 18/02/2016





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