Resenha do Cd Electromod / Cachorro Grande

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ELECTROMOD
CACHORRO GRANDE
2016

COQUEIRO VERDE
Por Anderson Nascimento

Como o próprio nome sugere, o oitavo álbum de estúdio da banda gaúcha Cachorro Grande apresenta uma sonoridade que envolve a aura alternativa do grupo, baseada no estilo Mod, revestida com uma pegada eletrônica.

A faixa de abertura “Tarântula” já dá as cartas logo nos primeiros acordes do álbum fazendo do Cachorro Grande uma banda irreconhecível, ao menos nas primeiras batidas. A canção inicia bem o conceito do disco e tem como méritos a boa letra e o refrão, que “pega” o ouvinte de primeira.

Em alguns momentos a banda parece se inspirar na sonoridade britânica do fim dos 90s que agregou as batidas eletrônicas ao BritPop, que começava a enfraquecer em termos de popularidade naquele momento. Um desses casos é a segunda faixa do disco “Limpol no Astral”, que chega a lembrar The Verve.

Mesmo tendo a música eletrônica como mote na maior parte do disco, a banda chega a apresentar momentos roqueiros em algumas canções. A principal representante da sonoridade que levou a banda à fama é a faixa título “Electromod”, rockão de letra socialmente crítica, munida da mais perfeita forma de se expressar do grupo. O Rock também dá as caras em “Eu Sei Que Vai Feder”, canção que tem a possibilidade de se tornar uma grande canção em uma possível e provável versão roqueira no futuro.

Baseado em batidas eletrônicas, o maior problema do disco não tem nada a ver com isso, e sim na caracterização over do disco. Um exemplo disso é a faixa “Nem Tudo é mais como era antes”, que tem um tedioso final falso de quase dez segundos, que não acrescenta nada à canção. Há loops óbvios, programações desnecessárias, e também muita confusão estética em determinadas canções como “Subir é Fácil, Difícil é Descer”. “Ben-Hur”, que fecha o disco, é outro caso onde há boas intenções, mas o resultado não é nada além de confuso.

Mas há méritos no disco, de uma maneira geral, com canções que agradam como “Arpoador” e “De Longe Todo Mundo é Normal”, boas faixas que não fogem do conceito do álbum, nem do modus operandi da banda.

É louvável que uma banda queira promover inovação ou experimentação em seu trabalho, mas muitas vezes o resultado sai bastante aquém do que espera o público que habitualmente consome o som do grupo. Ainda assim, no caso deste disco, a banda pareceu mergulhar fundo demais na proposta, o que causou certa estranheza e desconforto em relação ao resultado final do disco. Contudo, percebe-se que existe em “Electromod” muito potencial em termos de canções, o que deve fazer com que algumas delas se sobressaiam nas futuras apresentações ao vivo.

Resenha Publicada em 02/08/2016





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