Resenha do Cd Um Samba Ao Contrário / Débora Watts

UM SAMBA AO CONTRÁRIO title=

UM SAMBA AO CONTRÁRIO
DÉBORA WATTS
2017

INDEPENDENTE
Por Anderson Nascimento

Fruto da paixão enraizada pela música popular brasileira, sobretudo o Samba, “Um Samba Ao Contrário” é o primeiro álbum essencialmente autoral da cantora Débora Watts. Débora é uma cantora brasileira que vive desde 1993 em Nova Iorque, e que iniciou a sua vida artística no fim da década de 1990, se apresentando em palcos como o Brooklyn Museum e o Flushing Town Hall, onde incluiu em seu repertório canções de estilos musicais tipicamente brasileiros, caso da Bossa Nova, Baião e Samba.

Inspirada em texturas de um Rio antigo, que a cantora não conheceu, mas que sempre estiveram estampadas em algum lugar em se âmago, Débora se sai bem, conseguindo expor carinho e sentimento pela cidade e seu mais característico ritmo, através de versos e músicas extremamente marcantes.

“O Vento e a Flor”, abre o disco mostrando que a mistura de texturas sambísticas pode dar muito certo. Em faixa delicada e deliciosa, Débora vai do choro ao Samba de Raiz, que carrega os elementos mais tradicionais do Samba. “Bem Feito” já traz mais malemolência em sua textura sonora, fato muito bem aproveitado pela cantora em seu ótimo desempenho vocal. Enquanto a faixa seguinte, a grandiosa “Eu Sou o Samba”, é uma das melhores de todo o disco.

Mesmo pautado em Samba, o disco consegue explorar bem várias de suas nuances, como o Samba-Canção, Choro, Bolero, Gafieira, Valsinha e Maxixe, ultrapassando às vezes os limites do ritmo, chegando ao Jazz e até a MPB tradicional, caso da faixa “E Agora”.

Entre outros destaques do disco, vale citar a sentimental “Nosso Amor”, a dançante “Forrobodó”, e a poética “Só Te Peço”, mas o disco vai além, apresentando canções que vão conquistando o ouvinte imediatamente após a primeira ouvida.

A produção do disco fica a cargo do pianista John Allen Watts, marido da cantora, e gravado em apenas um dia no estúdio Tenda da Raposa, na Lapa, Rio de Janeiro. O álbum está disponível nas principais plataformas digitais, mas também ganhou uma versão física em digipack.

Resenha Publicada em 22/06/2017





Esta resenha foi lida 2236 vezes.




Busca por Artistas

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z



Outras Resenhas do Artista


Outras Resenhas