O músico gaúcho, Rodrigo Tavares, conhecido atualmente por seu nome artístico Esteban Tavares, chega ao seu terceiro disco solo, desde que assumiu o atual heterônimo. Trata-se de “Eu, Tu e o Mundo”, um álbum conceitualmente romântico, desde a arte da capa, até a sua concepção instrumental.

“Eu, Tu E O Mundo” vai direto ao assunto em sua belíssima faixa de abertura “Primeiro Avião”. A canção provoca uma sensação incrível ao aliar os afazeres do dia-a-dia com o maior dos sentimentos do ser humano, o amor.

As texturas musicais são perfeitas para o conceito do álbum e vão variando ao longo do disco, desde faixas Pop como “Primeiro Avião” e “Partindo”, passando por canções românticas em vários momentos do disco, com destaque para “Noites de Berlim”, até canções de aura regional como “Chacarera” ou a releitura de “Tango Novo”, o que torna o disco palatável e delicioso.

Além de tudo, o arquétipo para cada canção parece ter sido elaborado com calma e cuidado, como sugere canções como “Basta”, repleta de momentos sublimes, como o solo de guitarra que rasga exatamente ao meio o inspirado tema.

De certa forma, o disco é longo para os padrões atuais de álbuns, já que possui 59 minutos distribuídos em 14 faixas, mas, ainda assim, o novo trabalho do artista está longe de se repetir ou se tornar morno em qualquer momento de sua execução. O que temos, na verdade, é um disco arejado e heterogêneo, ainda que tenda a oferecer majoritariamente baladas.

A música do Esteban consegue atingir os mais profundos sentimentos do ser humano com cada nota e verso de suas canções perfeitamente casados com a sua belíssima voz. Esteban é categórico ao afirmar logo no início do disco que só acredita nas coisas que são ditas com o coração, e a frase parece relatar honestamente qual foi o sentimento que pairou no ar ao longo das gravações do disco.

O artista consegue novamente fazer um álbum que vai além do que se espera, reafirmando as suas qualidades como músico, cantor e compositor, provando então que o artista está em ótima fase criativa.