Resenha do Cd Concrete And Gold / Foo Fighters

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CONCRETE AND GOLD
FOO FIGHTERS
2017

SONY MUSIC
Por Fabio Cavalcanti

Se alguém duvidou que o Foo Fighters tivesse a capacidade – e coragem - de lançar um álbum realmente alternativo, podemos dizer a essa pessoa que existe uma possibilidade de novas experimentações no horizonte para Dave Grohl e sua trupe. Em seu nono álbum de estúdio, modestamente intitulado de “Concrete and Gold”, uma coisa é certa: o correto equilíbrio entre o acessível e o “esquisitão” pode trazer um punhado de boas canções...

Há cerca de três meses, tivemos o lançamento repentino do single “Run”, uma escolha curiosíssima para iniciar a divulgação do novo álbum. A música é um excelente “suicídio comercial”, com suas variações rítmicas, alternâncias entre melodia e peso, e uma letra que fala simplesmente sobre a eventual vontade de escapar de um possível destino desagradável - o que não deixa de ser uma sutil referência ao cenário político atual dos EUA. É válido apostar que "Run" ainda pode entrar para o acervo de clássicos do (agora) sexteto.

Ao longo do álbum, temos menos peso e agitação, como evidenciado na boa, épica e fantasmagórica "The Sky Is a Neighborhood", e no clima retrô envolvente de "Sunday Rain". Vale destacar também a intensidade "crescente" da ótima "Dirty Water", e o sabor "crocante" dos divertidos rocks "Make It Right" e "La Dee Da". E por falar em guitarras saborosas, a faixa-título do álbum nos presenteia com uma corretíssima mistura de peso, suavidade e progressividade. E sim, as letras do disco continuam oscilando entre o pessimismo e a necessidade de um bem-vindo escapismo para todos nós.

Ironicamente, o setor menos inspirado do disco é aquele que traz suas faixas mais simples e diretas: os medianos rocks "Arrows" e "The Line", e a quase ignorável balada acústica "Happy Ever After (Zero Hour)". Sem contar a curta e pífia faixa de abertura "T-Shirt", tão descartável quanto uma camisa velha e rasgada.

Em meio a altos e alguns poucos baixos, "Concrete and Gold" nos leva em uma viagem alternativa e psicodélica que mistura o melhor do rock clássico com a boa e velha "robustez" sônica dos 'Foos', além de participações especiais (pesquise, por favor) que se juntam de forma bastante homogênea. Temos aqui um disco que mostra uma banda perfeitamente ciente de como deseja soar - e como deseja discursar - no presente momento. Deite, apague a luz, e se entregue a essa gostosa experiência.

Resenha Publicada em 21/09/2017





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