Resenha do Cd Histórias Excêntricas Ou Algum Tipo De Urgência / Frank Jorge

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HISTÓRIAS EXCÊNTRICAS OU ALGUM TIPO DE URGÊNCIA
FRANK JORGE
2018

180 SELO FONOGRÁFICO
Por Anderson Nascimento

Com 35 anos de carreira, o gaúcho Frank Jorge acaba de lançar o seu quinto disco solo, “Histórias Excêntricas Ou Algum Tipo de Urgência”. Enquanto em seu álbum anterior, “Escorrega Mil Vai Três Sobra Sete” (2016), Frank Jorge entregava um Rock mais ríspido, beirando ao peso até, em seu novo disco Frank resgata um pouco do som que fizera na Graforréia Xilarmônica, uma das suas muitas de suas aventuras em grupo.

Pra começo de conversa, ouso a dizer que o seu novo disco tem cacife para figurar no panteão dos melhores trabalhos do ano. Apesar de seu Rock ter algum cheiro de naftalina, as canções possuem um delicioso frescor, talvez pelos novos temas, que são tão peculiares e marcantes, como estampam canções como “Estoque de Mancadas”, ou “Combustível Raro”.

A Jovem Guarda está em disco novamente, ainda bem, pois quando ela falta em um disco de Frank Jorge, fica a sensação de que algo não está em ordem no universo. Neste disco o ritmo do Rei Roberto é representado pela faixa “Wanderléa” - uma das melhores deste novo trabalho -, narrando uma estória que envolve a nata da Jovem Guarda.

Fora a Jovem Guarda, o disco traz reminiscências de vários trabalhos anteriores do artista, com canções que transitam entre Soul, Country, Pop, baladas MPBistas e sonoridades que remetem à Byrds, como por exemplo a música “Coisas”, ou Who/Stones, caso de “O Baile Segue Adiante”, e até Beatles em fase psicodélica no single “Vida na Cidade (Allegro Ma Non Tanto)”, canção que samplea Concerto de Brandenburgo nº1 de Johann Sebastian Bach.

Algo que salta aos ouvidos é a qualidade da gravação do álbum, límpida e muito redonda. O instrumental ganha então um destaque especial e, no geral, possui poucos músicos participantes, com Frank Jorge tocando boa parte dos instrumentos, sendo auxiliado por Alexandre Birck, companheiro dos tempos de Graforréia, tocando bateria em boa parte do disco.

Vale destacar também o single “S.O.S Maloca”, faixa já conhecida pelos fãs desde abril deste ano, quando saiu em single digital, a canção é uma espécie de balada, longe de fofa, mas baseada em uma dura atividade de expurgo. O outro single do disco é “Vida na Cidade (Allegro Ma Non Tanto)”, divulgada em dezembro de 2017, resultado das sessões iniciais do disco, que começou a ser gravado no Estúdio Dreher em outubro.

Artista único, deveras importante no canário musical sulista, Frank Jorge chega ao seu melhor disco solo, com destaque para a produção finíssima de Thomas Dreher e do prório Frank. O álbum ganhou versão física pelo Selo 180, gravadora que tem primado pela qualidade de seus lançamentos, com encarte que traz as letras e a ficha técnica do disco, mas pode ser ouvido em streaming em plataformas como o Spotify, ou baixado no site do artista.

Resenha Publicada em 30/07/2018





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