Resenha do Cd Ordinary Man / Ozzy Osbourne

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ORDINARY MAN
OZZY OSBOURNE
2020

SONY MUSIC
Por Anderson Nascimento

“Ordinary Man”, 12º disco do Príncipe das Trevas Ozzy Osbourne, vem para saciar a sede dos fãs que estavam há longos 10 anos sem ouvir novidades dele, e pior, com medo de Ozzy não voltar a gravar novamente um álbum de inéditas, como ele deixou escapar há alguns anos que já não tinha mais forças pra isso.

Mas o que se pode ver (ou ouvir) no disco é exatamente ao contrário, Ozzy ressurge como um cavaleiro disposto a dar a sua vida por um bem maior, que é a sua música. Nesse contexto, o novo disco acaba tendo uma pegada conceitual, já que boa parte das faixas divaga sobre a morte com a pessimista premissa de que o tempo de Ozzy por aqui está se esgotando. Certamente as várias e recentes internações, acidentes e passagens por hospitais influenciaram fortemente no processo de composição do disco.

O início do álbum não poderia ser mais promissor com a “Straight To Hell”, faixa que conta com superprodução, que chega a lembrar do Ozzy do início dos anos 1990. Os riffs e a letra da faixa também são chamativos adornos que faz brotar um sorrisão no rosto de quem embarca nessa viagem pela primeira vez.

Oportunamente o disco se aproveita do seu grande pontapé inicial para emendar a cortante “All My Life”, faixa que vai fazer escorrer lágrimas dos olhos até dos caras mais durões, é Ozzy olhando sobre o passado e sugerindo uma preparação pessoal para a sua despedida.

“Goodbye” segura a onda, é um típico Rock Ozzyano, e dada a sua letra, parece ser uma continuação de “All My Life”, ratificando um provável fim, com frases como “estou indo embora acreditando que o meu trabalho aqui está feito”, pesada.

E o que dizer do (antes) improvável dueto de Ozzy com Elton John? A faixa é um épico cercado por cordas e agraciado por uma interpretação vocal emocionante de ambos, Elton é um suspiro à parte em sua parte da canção. Há também a guitarra do Slash na faixa, certamente esse é o single do ano até agora.

Falando em Guns and Roses, Duff McKagan toca baixo em todo o disco (a exceção é a faixa 7), e protagoniza a abertura de “Eat Me”, faixa teatral que chega a lembrar o também veterano Alice Cooper. Aliás, essa teatralidade também pode ser observada na ufóloga “Scarry Little Green Men”. Quem também marca presença em praticamente todo o álbum é o baterista Chad Smith, do Red Hot Chilli Peppers, que mantém o ritmo se ausentando apenas nas duas últimas faixas.

Essas duas últimas faixas trazem o rapper americano Post Malone nos vocais, e é o momento mais experimental do disco, já que mistura rap e programações à faixa. É válido, mas se há um ponto fraco (ou de menor sabor) no disco, aponto para o seu encerramento. Muito embora o single “Take What You Want” tenha levado Ozzy de volta ao top 10 Billboard 30 anos depois.

Com produção do músico Andrew Watt, artífice deste novo levante do Ozzy, “Ordinary Man” é um marco na carreira do artista, não apenas pelo hiato que o antecede, mas pela qualidade apresentada ao longo da maioria de suas faixas. O disco é um dos melhores trabalhos de sua discografia desde “No More Tears”, lançado no distante ano de 1991.

Sobre o álbum Ozzy afirmou: “Eu realmente espero que as pessoas escutem e gostem, porque eu coloquei meu coração e alma neste álbum”. Eu só posso agradecer de joelhos ao Ozzy por esse disco, muito obrigado, man! E que você esteja redondamente errado nas letras deste excelente trabalho.

Resenha Publicada em 17/03/2020





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