Resenha do Cd Praise & Blame / Tom Jones

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PRAISE & BLAME
TOM JONES
2010

ISLAND
Por Anderson Nascimento

Assim como Elvis Presley fez em determinado momento de sua carreira, o cantor galês Tom Jones, acaba de se enveredar para a música Gospel, ao menos nesse novo lançamento. O resultado é um álbum que vem recebendo muitos elogios da crítica e que, inclusive, conseguiu atingir a segunda posição em vendas nas paradas britânicas.

Uma pena que Tom Jones não tenha tido a idéia de abrir o seu novo álbum, “Praise & Blame”, com a pancada bluseira “Lord Help”, certamente uma das faixas mais interessantes do álbum, o que faria com que as pessoas evitassem torcer o nariz e duvidar da qualidade do álbum logo na primeira faixa, a monótona versão de Jones para “What Good Am I”, lançada por Bob Dylan em 1989 no disco “Oh, Mercy”.

Ainda que sem a explosão que as canções americanas de estilo gospel permitem, Tom Jones dosa “Did Trouble Me” de forma mais interessante, bem como comanda os famosos coros pela primeira vez no álbum a partir da canção “Stranges Things Happen Everyday”, um Rock básico a lá Ray Charles. Aliás, o cantor usa pouco esse tradicional recurso no álbum, optando por dar maior destaque à cadência do álbum, sempre transitando entre o Rock e o Blues, e ao estilo mais pop, ao qual o cantor passou a utilizar a partir da última década.

Para “Burning Hell”, canção de John Lee Hooker, Tom Jones faz um misto de blues com Rock, aproveitando-se de uma guitarra pesada que, casada com um discreto acompanhamento de bateria, faz uma cama perfeita para que Jones solte a sua voz.

Falar da voz de Tom Jones, na verdade, acaba sendo desnecessário, devido a sua potência mesmo aos setenta anos. Mas aí vai: nesse álbum a sua voz continua sendo a sua maior marca registrada, e o cantor usa e abusa de seu recurso natural.

Outro ponto interessante e merecedor de destaque é o fato de Tom Jones, mais conhecido como intérprete ao longo de sua carreira, assina, junto com Ethan Johns (produtor musical que já trabalhou com vários outros artistas como Ryan Adams e Kings of Leon), quatro das onze faixas do álbum. Entre elas está o blues “Nobodys Fault But Mine”, um dos destaques do álbum.

“Praise & Blame” é um álbum curto, possui apenas 38 minutos, mas cumpre com o desejo do cantor em lançar um disco que tivesse como mote principal a elevação espiritual. No fim das contas Tom Jones acaba com se saindo bem, principalmente por não repetir fórmulas tradicionais nesse gênero.

Resenha Publicada em 26/10/2010





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