Resenha do Cd The Bridge Of Light / Apocalypse

THE BRIDGE OF LIGHT title=

THE BRIDGE OF LIGHT
APOCALYPSE
2009

INDEPENDENTE
Por Anderson Nascimento

Com vinte e cinco anos de carreira, o Apocalypse é uma banda com uma sonoridade calcada nas diversas vertentes que o Rock assumiu nos anos setenta, com especial foco no Art Rock e no e Rock Progressivo.

Nessa longa jornada a banda lançou dez álbuns, entre eles um álbum duplo gravado ao vivo nos Estados Unidos, e o DVD “Live in Rio”, gravado em 2005, ano em que a banda passou a compor e gravar em inglês.

Ao longo de sua carreira, a banda acumulou também em seu currículo uma série de importantes festivais por todo o Brasil, o que acabou rendendo o importante Troféu Vasco Prado pelos 25 anos de banda.

“The Bridge of Light” foi gravado ao vivo no Teatro UCS em Caxias do Sul em novembro de 2006, e lançado em 2009, provocando uma rápida e positiva resposta da imprensa especializada, gerando várias indicações para as famosas listas de melhores do ano, promovida pelos veículos de comunicação musical.

A perfeição com a qual Eloy F. Fritsch (teclados), Chico Fasoli(bateria), Gustavo Demarchi (Vocal e Flauta), Magoo Wise (Baixo) e Ruy Fritsch (Guitarra), músicos respeitadíssimos no meio, preparam e executam suas canções, encantam mesmo aqueles que ouvem o som da banda pela primeira vez. Outro ponto positivo é o fato de que, apesar de dominarem seus instrumentos, os músicos dosam certeiramente seus brinquedos, o que torna o trabalho dinâmico e palatável.

O CD é dividido em dois atos, sendo o primeiro com seis músicas, e o segundo com sete, trazendo composições inéditas que narram uma história que vai se entrelaçando entre as canções, o que pode ser acompanhado também através do (diga-se de passagem, belíssimo) encarte.

A pungência com a qual a banda abre o CD, empunhando a canção “Next Revelation” como se fosse uma espada, com direito à côros e a um órgão que lembra o Hammond, não poderia sugerir algo diferente, que não a expectativa por um grande álbum. Isso logo é confirmado na sequência “Dreamer”, com um cortante sintetizador que segue dilacerando a melodia dessa inspirada canção.

O vasto mergulho em torno dos anos setenta pode ser sentido perfeitamente em “The Dance of Down”, canção riquíssima, que percorre desde o universo elementar do Jethro Tull (a flauta proporciona essa pegada), até prog-pop do Gênesis, em uma mistura que leva a platéia a tal delírio que, incontroláveis, acompanham a banda com palmas e gritos. Sem dúvida essa foi a canção que mais me emocionou no álbum.

Mesmo nos momentos em que a banda desgarra-se dos anos setenta, o trabalho se mantém interessante e hábil. Canções mais voltadas para o progressivo melódico como “Meet Me”, agradam fácil. Já “...to Madeleine” e “Welcome Outside!” (que em algum momento me lembrou a banda Europe), com sonoridade mais oitentista, transmite ao álbum a esfera de sensações sonoras que tenciona o CD.

Nessa interessante mistura, a banda nos apresenta também “Meeting Mr. Earthcrubbs”, canção que tem cara de trilha sonora, acredito que a intenção seja exatamente essa, dessa forma, se estabelece como mais um dos destaques do disco.

Virtuoses em seus instrumentos, os integrantes da banda têm no vocal de Gustavo um porto seguro e um direcionamento adequado, capaz de conquistar a confiança de qualquer ouvinte que costuma babar com gente do quilate de David Coverdale.

Um Box comemorativo será lançado no primeiro semestre de 2011, trazendo dois CDs, um DVD e um livro contando a história da banda. Uma comemoração com os méritos de uma banda talentosa e caprichosa, que dá à música o tratamento que ela merece.

Resenha Publicada em 11/01/2011





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