Resenha do Cd Different Gear, Still Speeding / Beady Eye

DIFFERENT GEAR, STILL SPEEDING title=

DIFFERENT GEAR, STILL SPEEDING
BEADY EYE
2011

SONY MUSIC
Por Anderson Nascimento

Quando o riff marcante de “Four Little Words”, primeira canção do primeiro álbum do Beady Eye começa a tocar, ecoa no ar uma grata satisfação, a de ouvir um disco roqueiro, sem amarras, básico e sensacional!

Eu nunca deixei de acreditar que Liam faria um disco assim, por sua atitude roqueira, bastante criticada (e às vezes exagerada), é verdade, mas confesso que minha expectativa pessoal por esse disco se excedeu à curiosidade pelo ainda indefinido primeiro trabalho de seu irmão.

Muito disso se dá pelo fato do Beady Eye ser, na verdade, o Oasis do último álbum sem o seu irmão Noel. Ainda assim o Oasis do ótimo “Dig Out Your Soul”, ficou pra trás, e aquela psicodelia desenfreada foi substituída na nova banda por um Rock básico, cheio de riffs e andamento ora beirando o som redondo dos anos sessenta, ora o surfando nos riffs pesados dos anos setenta.

Isso fica claro em “Beatles and Stones”, que chega a remeter aos covers praticados pelos Beatles nas famosas gravações para a rádio BBC. A levada no piano de “Bring The Light”, primeiro single do disco, unido ao Rock pré-Beatles, fazem da canção um dos (muitos) grandes momentos do álbum. Já “The Roller”, terceiro single do álbum, é bastante cadenciada e estaria enquadrada em meados dos anos sessenta.

Na levada anos setenta temos a já citada “Four Little Words” e "Wind Up Dream", de instrumental que lembra muito Stones, a segunda canção então, vai além e se apresenta como uma das melhores músicas do álbum.

Entre as baladas, “For Anyone”, que não chega a ser exatamente uma balada, é uma canção redonda, de letra bonita e tenra. Já “Kill for a Dream”, é o baladão do disco, com solo de guitarra marcante e côros, só faltou um refrão mais forte para ombrear com as baladas mais fortes da época do Oasis. Outra canção que vai emocionar muito marmanjão é "The Beat Goes On", outra canção redonda, de linda melodia e que novamente vai buscar inspiração nos remotos anos sessenta.

Dentre os poucos pontos negativos do álbum, podemos citar o efeito vocal de "Standing on the Edge of the Noise", que tinha tudo para ser um dos melhores Rocks do álbum, mas fizeram o favor de estragá-la com o referido efeito, uma pena, já que o grande desempenho vocal de Liam nesse álbum é um dos pontos mais comentados pela crítica no que diz respeito ao álbum.

O primeiro álbum do Beady Eye é uma boa lição de como o tesão musical pode fazer nascer um disco de proporções grandiosas como este, que certamente será figura fácil entre as listas de melhores de 2011, e como diz Liam Gallagher em “Beatles and Stones”, “I Just Wanna Rock and Roll”, nós também Liam, obrigado!

Resenha Publicada em 02/04/2011





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