Com toda pinta de hardão setentista, a banda paulista Kappa Crucis convida o ouvinte a mergulhar nessa fértil sonoridade já na primeira música de “Jewel Box”, álbum lançado em 2009.

A canção em voga se chama “Back To Water”, que propositalmente (ou não), traz até mesmo em seu título, referências a um dos períodos mais importantes do Rock. Ecos de Alice Cooper e, claro, Deep Purple são facilmente reverberados ao longo desse belo cartão de visitas.

Não só na faixa de abertura, mas ao longo de todo álbum a banda se sai bem ao emanar essa essência. Tanto que faixas como “Faces” são riquíssimas em detalhes que remetem desde linhas progressivas (Jethro Tull, por exemplo) até um pesado Hard Rock em sua mais crua pureza.

Vertentes como hard rock, rock progressivo e southern rock são bem orientados pelos marcantes riffs de guitarra, os vocais e backing também agradam e revelam uma incrível sintonia entre os membros da banda.

Artimanhas como a percussão extra da faixa de abertura - também encontrada em “Parallel Lines” - aliadas às surpresas escondidas nas entrelinhas das canções, são alguns dos muitos destaques do álbum e da banda em si. Outro destaque importante do disco é o soft-Rock da balada “Son Of The Moonlight”, um dos poucos momentos onde os instrumentos ganham uma colher-de-chá por parte dos músicos de mãos nervosas.

Adornando todo esse aparato, a banda apresenta letras de bom gosto, que trazem à tona vicissitudes da vida no interior à questionamentos que vão além do próprio Kappa Crucis (nome de um aglomerado de estrelas localizado próximo à constelação Cruzeiro do Sul).

Com bela produção e qualidade sonora irrepreensível – o disco foi mixado no estado da Flórida nos EUA - por parte dos músicos e das faixas em si, a banda se destaca em seu disco de estreia, deixando pairar a curiosidade para o grande desafio do segundo disco.