Resenha do Cd Old Sock / Eric Clapton

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OLD SOCK
ERIC CLAPTON
2013

WARNER MUSIC
Por Valdir Junior

Nesse novo álbum de estúdio (o vigésimo desde “Eric Clapton” de 1970) encontramos um Eric Clapton ainda nostálgico, relembrando os sons e as músicas que fizeram parte da sua formação musical, em um processo que vem ocorrendo desde o álbum “Reptile” (2001) até o trabalho anterior “Clapton” (2010), passando até pelo álbum em parceria com Wynton Marsalis “Play The Blues” (2011).

Clapton vem revivendo e experimentando todas essas canções dos anos 1930, 1940 e 1950, mostrando que suas raízes vão alem do Blues e do Rock and Roll e ao mesmo tempo apresentando uma nova faceta de sua personalidade e amadurecimento como cantor, guitarrista e compositor.

Para quem já o vem acompanhado nessa jornada não estranhará a ausência do “Guitar Hero” nesse álbum, Clapton faz sua guitarra ser mais uma acompanhante no arranjo das músicas, deixando os longos solos de lado para explorar outros caminhos e texturas musicais.

Produzido por Clapton, Doyle Bramhall II, Justin Stanley, Simon Climie e lançado pelo seu próprio selo “Bushbranch”, o disco traz também a participação de alguns amigos de Clapton: JJ Cale, Chaka Khan, Steve Winwood e Paul McCartney.

“Gotta Get Over” (que foi o primeiro single a ser liberado para audição na internet), e “Every LittleThing”, ambas com uma sonoridade e pegada que lembram muito o som feito por Clapton no meio dos anos 1970, a primeira é a mais Rock do álbum e onde a guitarra de Clapton esta mais evidente com um Riff bem legal permeando a música e um Wah-Wah fazendo uma cama para a harmonia. Em “Every LittleThing” Clapton canta uma balada bem alegre com uma levada Reggae no refrão que contamina e nos faz cantar junto, aumentado o clima alta astral da canção.

O Reggae aparece também em mais três faixas: “Futher On Down The Road” que abre o álbum e que tem um “Que” a mais de Blues e “Your One and Only Man”, com sua letra apaixonada e singela e também no Refrão da Balada “Till Your Well Runs Dry” que poderia ser bem um out-take do disco “There's One in Every Crowd” de 1975.

Clapton presta sua homenagem a Gary Moore, com sua interpretação para “Still Got The Blues” em um contraste com a versão original de Gary que é gritante e avassaladora, típica das paixões que nos consomem quando somos jovens e imediatistas e de Eric tem uma pegada “Jazzy” bem legal que junto do acompanhamento no órgão Hammond de Steve Winwood dá um tom bem triste e emotivo a canção e que aliada ao solo da guitarra de Clapton fazem que essa versão se torne a de lamento de um homem de 60 anos que relembra um amor perdido com todo pesar que o tempo e a vida traz, com isso dando um outro sentido e amplitude da música.

A faixa que mais chama atenção é “All Of Me” que tem a participação até que um tanto quanto contida de Paul McCartney tocando baixo e fazendo um backing vocal que quase não se percebe sua voz de tão discreta. E é nessa musica que temos uma das melhore interpretações de Clapton tanto no vocal (lembrando um Ray Charles na fase da Atlantic Records) quanto na guitarra que leva essa gravação a um patamar acima das outras versões já gravadas anteriormente por Billie Holiday, Frank Sinatra, Bing Crosby entre outros.

“Angel” (com a participação de J.J.Cale) e “Born To Lose” trazem um pouco de Country & Western para o repertório do álbum com músicas confessionais e sinceras mostrando um Clapton que sabe o que é perder alguém, mas também conhece e canta as coisas boas que a vida traz.

Mesmo não tão evidente quanto nos discos anteriores, a guitarra de Clapton consegue ser bem notada, mesmo que de forma mais concisa em faixas como: “The Folks Who Live on The Hill” com um belíssimo som de vilão de nylon, no Jazz “Our Love is Here To Stay” e no Blues com levada Jazzística “Goodnight Irene”.

O resultado final do álbum é positivo (com exceção da capa do CD), mesmo que ele não nos conquiste por inteiro em uma primeira audição, mas se insistirmos mais algumas vezes, começaremos a reconhecer nas canções sons e emoções que se conectam ao algum momento de nossas vidas e essa pode ser uma das intenções de Clapton ao gravar músicas de um passado distante para grande maioria mas que ainda carregam em si todas as nuances de sentimentos, emoções e desejos humanos já cantados. E Talvez mais tarde esta seja uma das trilhas sonoras ideais para quando você quiser relaxar e pensar em tudo aquilo que você está passando ou já passou ou que ainda esta por passar e sentir ainda vivo.

Resenha Publicada em 09/03/2013





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