Resenha do Cd Onde Os Anjos Não Ousam Pisar / Nasi

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ONDE OS ANJOS NÃO OUSAM PISAR
NASI
2006


Por Anderson Nascimento

Neste cd o vocalista da consagrada banda paulista IRA! aparece em um novo álbum solo, desta vez utilizando apenas o seu nome, ao invés do já tradicional complemento “e os Irmãos do Blues”.
O disco tem todos os ingredientes para tornar-se um grande álbum: a arte do cd é muito interessante, as composições são em sua maioria escritas pelo Nasi, contando com algumas ilustres colaborações de Ciro Pessoa e Johnny Boy e Zé Rodrix, que também estão entre os músicos do álbum.

Mesmo assim, o álbum deixa a desejar em vários aspectos. Em alguns momentos a voz do Nasi se perde no meio dos instrumentos, tornando-a ininteligível. Isso acontece logo na primeira faixa, que em compensação destaca-se pelo instrumental chegando a lembrar a banda Jethro Tull. “Pistola na Mão” e “Hey amigo” também estão entre os momentos que poderiam ser salvos se houvesse menos idéias “maravilhosas” quanto à efeitos na voz do artista.

Alguns bons destaques do disco são o blues “Acredito no Amor” e “O outro lado da moeda” bem tocada e cantada. A faixa título, composição inspiradíssima do mestre Zé Rodrix, tem excelente arranjo com o próprio no piano, teclado e orquestração, mas a pergunta que não quer calar é “Para que serve o efeito de voz usado na música?”, são essas pequenas coisas que não dá para entender no disco.

As duas músicas que encerram o disco, “Quero ser seu homem” e “É preciso dar um jeito meu amigo”, vêm para levantar a moral da obra. A primeira, um típico balanço cheio de ginga com uma levada setentista, é bem legal, e abre portas para um sucesso também dos anos 70, desta vez uma regravação de uma das melhores músicas do Erasmo Carlos, em um destaque para o instrumental que novamente recria a atmosfera da década.

Bom, se você está esperando um disco Rock´n´Roll do Nasi, você ainda terá que esperar por um próximo álbum, pois neste o vocalista do IRA! opta por um som cheio de efeitos, trucagens e um pouco mais voltado para o Blues que para o Rock que a capa do disco anuncia. Se o disco fosse mais simples e cru com certeza teria agradado em cheio.

Resenha Publicada em 04/04/2006





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