Resenha do Cd Just In Time / João Senise

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JUST IN TIME
JOÃO SENISE
2013

BISCOITO FINO
Por Anderson Nascimento

João Senise, jovem cantor de 24 anos, filho do saxofonista e flautista Mauro Senise, e enteado de Gilson Peranzzetta, iniciou o estudo da música ainda criança e, crescendo em um ambiente favorecido pela atmosfera musical, estudou piano, participou do coral da escola, até que em 2012 resolveu entregar-se à sua paixão pela música, o que o levou a gravar o seu disco de estreia, calcado no repertório americano de standarts Jazz.

O disco inicia com a promissora mensagem de “The Best is Yet To Come” (Cy Coleman, Carolyn Leigh). Na sequência, o piano de Gilson Peranzetta, produtor do disco, juntamente com a orquestra de cordas colocada em “Feeling Good” (Anthony Newley, Leslie Bricusse) estabelece uma cama perfeita para a interpretação emocionante do jovem cantor, ganhando a confiança do ouvinte já na segunda faixa do disco.

Cantor de voz grave com marcante presença, João interpreta de forma agradável os standarts escolhidos por ele para figurar em seu álbum de estreia, deixando uma grande impressão aos que o ouvem pela primeira vez. Performances como a de “All Of Me” (Gerald Marks, Seymour Simons) é uma das melhores do disco, dada a sua competência e descontração.

Aliás, algo presente ao longo de vários momentos do disco, é essa sensação de leveza e descontração do cantor, onde ele faz parecer tarefa fácil cantar. Outro exemplo disso está em “Come Fly With Me” (Jimmy Van, Heusen, Sammy Cahn), aonde João é acompanhado por seu pai Mauro Senise nas flautas.

Em “Cheek To Cheek” (Irving Berlin), a voz de Sofia Vaz – que também faz dueto com João na divertida “Let’s Call The Whole Thing Off” (George Gershwin, Ira Gershwin) -, se junta com a de João para juntos formarem uma bela parceria nesse clássico da música mundial, em um instrumental novamente arrepiante, com destaque para o contrabaixo de Zeca Assumpção.

Outro cantor convidado é Ivan Lins, que canta com João na faixa em que ele é coautor “Love Dance” (Gilson Peranzzetta, Ivan Lins, Paul Williams). O cantor Gabriel Vaz é outro que também faz boa participação em “That Old Feeling” (Sammy Fain, Les Brown), outro momento bacana do disco, com destaque para a flauta G tocada por Mauro Senise.

Em meio a tantos clássicos do Jazz americano, João também interpreta “Tears in Heaven” (Eric Clapton, Will Jennings), clássico do guitarrista inglês, vertido aqui por João e por Gilson Peranzzetta ao Jazz.

João também dá uma palhinha cantando em português na faixa “Sorriso de Luz” (Gilson Peranzzetta), única do disco em nossa língua, música em que divide os vocais com a bela voz de Zé Luiz Mazziotti, em faixa de arranjos tensos e bonitos.

A sofisticada confecção do álbum também é de se elogiar, já que o projeto gráfico, capitaneado por Lygia Santiago e Felipe Taborda, teve o cuidado de reproduzir detalhes das gravações, fotos dos músicos participantes, juntamente com as letras de cada faixa do disco.

O resultado de todo o trabalho só pode ser considerado como excelente, uma homenagem ao Jazz e a toda a sua plenitude feita por um jovem talento que já planeja o seu segundo trabalho, onde promete promover um diálogo entre a Bossa Nova e o Jazz, relendo Tom Jobim, Edu Lobo e Carlos Lyra. De uma coisa acho que não há dúvida, se seguir o caminho trilhado em “Just in Time”, teremos outro grande disco a caminho.

Resenha Publicada em 28/08/2013





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