Resenha do Cd Carrossel / Skank

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CARROSSEL
SKANK
2006

SONY MUSIC
Por Anderson Nascimento

Carrossel não é daqueles discos que vão te marcar para sempre, também não é aquele que entrará na discoteca básica da música nacional, talvez nem mesmo na discoteca básica da própria banda. Carrossel é só mais um (bom) disco.

Um disco que está, por exemplo, a anos luz do desforme “Siderado”, mas que teve a falta de sorte de ter sido concebido após “Cosmotron”. Apesar de seguir a linha dos dois anteriores, “Maquinarama” e o já citado “Cosmotron”, Carrossel peca por não ousar muito, como acontece no sucedido disco anterior. Não que o álbum não tenha momentos assim, como prova a faixa “Notícia”, que traz variações bruscas de ritmos, distorções, final falso e uma evolução parecida com “A Day in The Life” dos Beatles, mas a heterogeneidade que sobra em “Cosmotron”, acaba faltando no álbum novo do Skank.

O excesso de violões em certa altura da audição do disco, também incomoda. Em alguns momentos tem-se a impressão de já ter ouvido essa ou aquela música durante a reprodução do álbum. Falando em saturação, e sendo um pouco contraditório, faltam nesse álbum refrães mais poderosos.

Momentos ensolarados como “Uma Canção é Para Isso” e “Mil Acasos” são raros no disco, o que demostra a pouquíssima preocupação com hits radiofônicos, e que no fundo deixa uma certa dívida no resultado final do álbum.

Apesar disso tudo, o disco segmenta ainda mais o perfil do apreciador da banda, que estaria hoje muito voltado para o Rock Inglês, como dita “Panorâmica” e “Lugar” (qualquer semelhança com “Original of the Species” do U2 é mera coincidência).

Sob outro ponto de vista, o álbum traz algumas pérolas encravadas em seu conteúdo. É o caso de “Cara Nua”, melhor música do álbum, carnavalesca, lembra Los Hermanos na fase “Bloco do Eu Sozinho”, e é a segunda música a empolgar no álbum, a primeira é o hit-single “Uma Canção é Para Isso”.

“Garrafas”, uma das raras composições do baixista Lelo, é outro momento interessante do álbum, bem diferente do restante do álbum, traz uma sonoridade fechada, meio fúnebre.

Não existem dúvidas com relação à qualidade final do álbum, mas o Skank chegou a um momento tão interessante que eu esperava mais do álbum.

Resenha Publicada em 28/08/2006





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