Resenha do Cd Lullaby And... The Ceaseless Roar / Robert Plant

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LULLABY AND... THE CEASELESS ROAR
ROBERT PLANT
2014

WARNER MUSIC
Por Valdir Junior

Que o Led Zeppelin foi (e ainda é) uma das maiores bandas de Rock de universo, isso é uma fato incontestável. Como toda grande banda que deixa de existir, é sempre uma incógnita como será a carreira de seus ex-integrantes a partir dali, com o Led a história não foi diferente.

Com a morte de John Bonham em 1980, os três membros sobreviventes traçaram caminhos diferentes em suas carreiras solos. Dentre os três, Robert Plant é o que mais seguiu em frente, e mesmo não negando o legado de sua ex-banda, sempre persistiu em procurar fazer com que sua música não envelhecesse, nem fosse um pastiche de seu passado.

Seu novo álbum “Lullaby and... The Ceaseless Roar” gravado com sua nova banda de apoio The Sensational Space Shifters (banda que o acompanhou na sua última visita no Brasil em 2012) e produzido por ele mesmo, é a prova de como Plant vem a cada álbum desde 2000 se preocupando cada vez mais em não fazer mais do mesmo e criar uma música que seja relevante nesse novo século.

Claro que encontraremos nesse CD todas as influências musicais que conhecemos de Plant: Rock, Blues, Folk Music, Música Celta e Oriental, mas ele consegue fazer com que sua música não navegue no óbvio e no clichê, e entrega uma música que é a mistura de tudo e, ao mesmo tempo, seja algo novo.

No álbum há duas músicas que são temas tradicionais no Blues e no Folk, “Little Maggie" e "Poor Howard" em ambas Plant e o The Sensational Space Shifters conseguem fazer uma alquimia sonora unindo passado e o futuro e nos apresentando o presente. "Rainbow" a faixa de trabalho e "Pocketful of Golden", trazem um Plant num momento hippie trazendo corações, amor, ouro e procurando um coração partido em dois blues psicodélicos.

Em "Turn It Up" Robert Plant mostra por que é referência para o som de bandas como White Stripes e Black Keys e ainda sim mantém uma dianteira deles com um som mais direcionado para o futuro. "A Stolen Kiss" é a balada jazzy ao piano e traz na letra o título do álbum (Canções de Ninar e o Barulho Incessante), momento de muita emoção na voz de Plant e cheia de imagens que evocam a solidão dos dias atuais.

Outra balada, "Somebody There" é a única faixa que lembra o som do Led Zeppelin, principalmente da fase do Led II e III, e também uma das melodias mais legais do álbum, a letra chama para um futuro cheio de esperança. "Up on the Hollow Hill (Understanding Arthur)" e "Arbaden (Maggie's Babby)" podem ser consideradas a síntese de todo álbum. Nelas encontramos Blues, Folk, elementos da musica celta, oriental, batidas eletrônicas, e nos remetem diretamente aos nossos dias atuais de um mundo globalizado, cheio de misturas e onde se vive rápido demais, nos deixando desorientados e sem saber para onde vamos, essas são duas grandes músicas do álbum.

Com “Lullaby and...The Ceaseless Roar” Robert Plant mostra que ao contrário de seu amigo Jimmy Page, ele não quer nem pretende viver de glórias passadas, e que ainda procura fazer seu melhor trabalho e sua melhor música, e que como os velhos bluesmam que tanto admirava e idolatrava na juventude, a idade e a estrada trazem toda a sabedoria para isso.

Resenha Publicada em 22/09/2014





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