Resenha do Cd ...the Stories We Could Tell / Mr. Big

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...THE STORIES WE COULD TELL
MR. BIG
2014

IMPORTADO
Por Fabio Cavalcanti

"Um pouco menor, mas ainda de bom tamanho". Não, meus caros, isso não é uma descrição dos atributos de um ator pornô de quinta categoria, mas sim o pensamento que vem à cabeça durante a audição do novo álbum dos norte-americanos do Mr. Big, intitulado "...The Stories We Could Tell" (2014). Se ainda não entenderam, fiquem tranquilos, pois as devidas explicações virão a seguir...

Banda respeitada entre os apreciadores do artisticamente injustiçado hard rock do final dos anos 80 para o início dos anos 90, o Mr. Big lançou seis álbuns de estúdio antes de encerrar suas atividades em 2002. Após investidas em projetos paralelos, esse "quarteto fantástico" (para quem não sabe, cada um deles é um exímio músico) retornou com o ótimo álbum "What If..." (2011), o que trouxe uma possibilidade promissora para o futuro dos caras.

Mas, se vamos falar de atividades em longo prazo, o fato é que não podemos nos animar muito, visto que o baterista Pat Torpey se afastou da banda após descobrir que sofre de Mal de Parkinson. Ainda assim, ao escutarmos a faixa de abertura "Gotta Love The Ride", podemos agitar o esqueleto com suas variações de levadas e com a inconfundível química que quase sempre permeou o som do grupo, seja nos vocais ainda firmes de Eric Martin, no baixo cheio de idas e vindas do mestre Billy Sheehan, ou na guitarra eletrizante de Paul Gilbert.

Por sinal, rocks cadenciados e/ou suingados como "I Forget to Breathe", a raivosa "The Monster In Me", e a 'bluesy' "Cinderella Smile" (bastante influenciada pelo som do Free) dão o tom principal do disco. E como bom representante do chamado "hard farofa", o Mr. Big não poderia deixar de fora umas canções mais diretas, como as boas "Satisfied" e "What If We Were New?", músicas que nos fazem querer dirigir sem rumo e sem preocupações por aí... E calma lá, pois a nervosa "The Light of Day" ainda pode te levar a ultrapassar os limites de velocidade em qualquer lugar!

Porém, como ocorreu na maioria dos seus discos, os pontos fracos ficam por conta de algumas baladas insossas, canções que funcionavam em quantidades moderadas nos dois primeiros álbuns, e no já citado trabalho de 2011. As cafonas "The Man Who Has Everything", "Just Let Your Heart Decide" e "East/West" nos fazem pedir por um balde de vômito nos momentos de descanso entre os rocks. Já "Fragile" consegue soar razoável, graças ao seu bom ritmo.

Virtuosismo? Checado! Letras "acima da média" em relação àquelas das bandas de hard rock dos anos 80? Checado! Ótimas canções? Checado! Canções ruins? Infelizmente, checado também! No final das contas, temos um álbum com irregularidades, mas que mostra bem o que é esse "novo" Mr. Big, uma banda que ainda pode gerar interesse nos apreciadores de uma música feita por caras que conhecem bem a sua própria fórmula. Vamos apenas selecionar as melhores músicas de "...The Stories We Could Tell" em nossas 'playlists' particulares, e esperar por um pouco mais de foco no próximo álbum, ok?

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Publicado também no blog do autor Rock em Análise.

Resenha Publicada em 17/10/2014





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