Resenha do Cd Nothing Has Changed / David Bowie

NOTHING HAS CHANGED title=

NOTHING HAS CHANGED
DAVID BOWIE
2014

WARNER MUSIC
Por Valdir Junior

Falar da importância de um artista para música no geral é algumas vezes é redundante, falar então de sua genialidade, da capacidade de se reinventar década após década, não descaracterizando nem sua música nem sua arte em pró de se manter em evidência, hoje em dia, deve parecer muito estranho para a atual geração, acostumadas mais com o “ter e parecer”, do que com o “ser e fazer”. Para estes uma boa lição é conhecer a história e a trajetória de David Robert Jones, também conhecido como David Bowie.

Depois de ficar um tempo recluso e inesperadamente surgir com o lançamento do magnífico e essencial “The Next Day” um dos melhores discos de sua carreira e também daquele ano de 2013, David Bowie mostrou o quanto ainda é importante dentro num cenário musical um tanto quanto insípido que no momento no cerca, e mesmo sem fazer nenhum show ou aparição pública para divulgar o álbum, seu nome e a música foram amplamente incensados pela mídia e por aqueles que se deslumbram com sua música no último ano.

Para toda essa nova geração de ouvintes é lançada agora a coletânea “Nothing Has Changed”, uma compilação com o som totalmente remasterizado do melhor de David Bowie, assim como algumas raridades, mixes diferentes e uma nova canção inédita "Sue (Or in a Season of Crime). Lançada em três diferentes formatos, triplo CD, duplo CD e duplo vinil, além, é claro, de download dos três formatos (Inexplicavelmente aqui no Brasil só saiu a versão em CD duplo).

Essa versão dupla de “Nothing Has Changed” que encontramos nas lojas é um compêndio muito, mas muito bom mesmo da carreira de Bowie. Da sua fase mais emblemática com Bowie encarnando o personagem Major Tom em "Space Oddity" e passando por clássicos como "Changes", "Life on Mars?", "Starman", "Ziggy Stardust", "The Jean Genie" e "Rebel Rebel". Musicas essas, que por incrível que pareçam, ainda continuam atuais, modernas e vivas.

O primeiro CD dessa coletânea ainda traz mais alguns sucessos como "Heroes", "Ashes to Ashes", a parceria com John Lennon em “Fame”, e tem o próprio na guitarra base e nos backing vocals, e como atrativo a versão de estúdio (em estéreo) de Bowie para "All the Young Dudes" composição sua que a banda “Mott the Hoople” gravou em 1972 e foi um arrasador sucesso.

O segundo CD começa com a parceria de Bowie com o Queen em “Under Pressure”, passa pelo grande sucesso do álbum “Let's Dance” de 1983 com as faixas "China Girl", "Modern Love", os anos 80 também estão presente com "Blue Jean", "This Is Not America","Dancing in the Street" com Mick Jagger e "Absolute Beginners". Nos anos 90 e 2000 Bowie pode não ter lançado um grande hit, mas é dessa fase o material mais rico e experimental, onde ele flertou com a música eletrônica, hip-hop, jazz e soul. Desse período encontramos aqui as faixa "Jump They Say", "Little Wonder", "I'm Afraid of Americans", "Everyone Says 'Hi'" e "New Killer Star". O CD fecha com duas faixas do mais recente álbum “The Next Day , "Where Are We Now?" e um novo mix para "Love Is Lost", e a nova faixa "Sue (Or in a Season of Crime)".

Vale a pena correr atrás da versão tripla dessa coletânea, onde há muito mais material raro como algumas canções do álbum “Toy” de 2001 nunca lançado por Bowie e mais algumas outras faixas raras com diferentes mixagens e outras músicas das diversas fases do “Camaleão”. Seja qual for a edição, “Nothing Has Changed” é item obrigatório na coleção, tanto daqueles que já o conhecem, como dos novos apreciadores de David Bowie, assim como de todo aquele que aprecia uma música inteligente, criativa e inquieta.

Resenha Publicada em 26/01/2015





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