CHEGUEI BEM A TEMPO DE VER O PALCO DESABARAutores: Ricardo Alexandre
Editora: Arquipélago
Artista:
VÁRIOSAno: 2013
Resenha por
Valdir Junior
Opinião do autor:





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Para quem viveu as décadas de 1990 e 2000 no Brasil, e tinha interesse em música e no rock feito aqui em terra brasilis, com certeza experimentou e presenciou uma efervescência de novas bandas, artistas e ritmos, notadamente com influências e temáticas brasileiras, que tocavam e tomavam as rádios como nunca antes. Hoje, muitas dessas “novas promessas“ desapareceram ou foram completamente jogadas de lado tanto pelo mainstream quanto pelo público consumidor de música.
Os fatos e as causas desse desencontro entre grandes promessas, verdadeiros acertos e furadas que ajudaram a formar o que hoje é a atual música pop brasileira, e também por que não, a forma que ouvimos e consumimos música, são apresentadas pelo jornalista Ricardo Alexandre neste seu terceiro livro: “Cheguei bem a tempo de ver o palco desabar: 50 causos e memórias do rock brasileiro (1993-2008)”. Ricardo foi editor da extinta revista “Bizz”, escreveu para “O Estado de São Paulo”, “Trip”, “Carta Capital” e “Época São Paulo”, entre outros e também é autor do essencial livro “Dias de Luta – O Rock e o Brasil dos anos 80”.
Diferente de seu primeiro livro, neste Ricardo se coloca como principal personagem e testemunha ocular dos principais momentos e eventos relatados no livro, como jornalista presenciou, conheceu, escreveu e viu a evolução da carreira, os insucessos de cada um das novas promessas que surgiam dentro do cenário musical, do Mangue Beat, Chico Science & Nação Zumbi, Raimundos, Mamonas Assassinas, Skank, passando por bandas que nunca mais ouvimos falar como por exemplo Virna Lisi, entre outras de fatal esquecimento de público.
De forma crua, direta e com um humor até um pouco cínico, Ricardo vai capítulo a capítulo explicando e contanto causas e os causos que se passaram nos bastidores de shows, festivais, bares e redações, que nos ajudam a entender um pouco os “porquês” de tudo que vivemos e escutamos hoje. E se por caso você chegar ao final do livro um pouco ou muito desiludido, e ainda mais cético com o futuro da música feita no Brasil, não se preocupe, porque isso é muito bom, e livros como esse, que muito mais do que nos contar um passado recente, nos aponta por onde devemos caminhar e nos preparar para o que esta a vir no futuro, são fundamentais para nosso enriquecimento cultural e musical.
Resenha publicada em 26/05/2014
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