Por Anderson Nascimento
É muito bacana quando aparece um novo grupo de Rock aqui no Brasil com tanta vontade de conquistar o público e com tanta certeza sobre seus objetivos. Não são poucos os casos de bandas que “afinam” quando uma boa oportunidade bate à porta, eu mesmo já conheci várias. Shows, viagens, fãs, críticas, e tudo mais que vem junto com uma carreira artística realmente assusta.
A banda mineira Gamp acaba de estrear em disco com o álbum “Keep Rockin” que, apesar do nome, é todo em português. O grupo nasceu em Minas Gerais e tenta seguir o rastro de artistas que iniciaram no estado e ganharam o país, casos de Jota Quest, Skank e Sepultura.
O Pop/Rock anunciado pelo grupo pende mais para o Rock, mas também carrega um pouco de Blues, como na faixa de abertura “Hora de Pular do Trem” (Leoni, Luciana Fregolente); Hard-Rock, logo na faixa seguinte “Johnny” (Daniel Raimann); e até Soul como em “Vinil” (Matheus Ribeiro, Bernado Viana, Bidu Dequech), faixa dona de um belo naipe de metais. Aliás, mesmo tendo sido lançado tão recentemente, a divertida “Vinil”, promovida na tríade Rádio, TV e Web, já é o primeiro sucesso do grupo.
O grupo também explora o campo das vigorosas baladas radiofônicas em canções como “Seu Maior Erro” (Matheus Ribeiro, Bernardo Viana) e “O Que Resta” (Matheus Ribeiro, Bernardo Viana), faixa que apresenta textura oitentista, na linha RPM. Falando nisso, os vocais também vão lembrar o ouvinte em algum momento os de Bruno Gouveia (Biquíni Cavadão) e Dinho Ouro Preto (Capital Inicial).
Entre tantos momentos legais, “Te Redesenhar” (Daniel Lopes) é um dos mais bacanas, o arranjo da canção vai cair no gosto da galera órfã do Rock feito no Brasil entre o fim dos anos oitenta e início dos noventa. Vale também citar a faixa que fecha o disco “Vermelho e Preto” (Matheus Ribeiro) que, apesar das cores, cumpre bem o papel de encerrar o álbum.
A banda completa o repertório quase todo autoral com as gravações das canções “Assim Sem Disfarçar”, do Moska, “Recomeçar”, da também mineira Roberta Campos, e a já citada regravação de “Hora de Pular do Trem”, do Leoni.
Produzido por Rodrigo Vidal (Maria Gadú), o disco é uma bela estreia e mostra que o grupo está no caminho certo. Espero que o ano de 2015 possa nos trazer mais discos tão vigorosos como este.