Resenha do Cd Blaster / Scott Weiland

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BLASTER
SCOTT WEILAND
2015

SOFTDRIVE RECORDS
Por Fabio Cavalcanti

Scott Weiland sempre foi um cara difícil de compreender, tanto em sua bem sucedida carreira com a banda grunge/alternativa Stone Temple Pilots quanto em sua carreira solo. Aqueles bem informados sobre o mundo do rock já sabem que o vocalista americano em questão foi chutado da sua banda "principal" em 2013, devido ao seu comportamento... errático, digamos assim. E o que saiu disso tudo foi o seu novo álbum solo, "Blaster" (2015).

Scott havia lançado apenas dois álbuns bastante irregulares em sua carreira solo até então, ambos calcados em uma mistura pouco convincente de experimentalismo com psicodelia. Porém, após fazer uma aparente reflexão (acredito eu) sobre seus pontos fortes no Stone Temple Pilots, Scott resolveu apostar em um rock 'n' roll mais "puro". Tal recomeço pode ser notado inclusive na utilização de um nome para sua banda de apoio: The Wildabouts.

Neste trabalho, são os rocks de letras mais "aventureiras" e menos pessoais que dominam tudo, como podemos evidenciar na pesada e intrigante "Modzilla", a qual parece mostrar que Scott tem escutado alguns dos sons mais roqueiros do Jack White. E a festa continua nas eletrizantes "Hotel Rio", "Amethyst" e "Bleed Out", faixas que vão do grunge ao glam rock à la T. Rex - banda esta que, por sinal, foi homenageada no disco através de um cover desnecessário de "20th Century Boy".

O que falar então do 'stoner-blues-rock' "White Lightning", que soa tão estrondoso quanto um gigante passeando por um planeta devastado? Já no outro extremo musical, para quem curte investidas mais melodiosas, temos pérolas de 'power pop' grudento como a boa "Way She Moves" e as excelentes "Blue Eyes" e "Beach Pop". Por fim, temos a única balada do disco: "Circles", um belo 'indie-contry' que fecha o trabalho em tom de candura e relaxamento.

Em 45 minutos que parecem durar menos de 20, "Blaster" mostra uma nova cara do Scott Weiland em sua carreira solo, agora que ele se permitiu tomar lições das vertentes mais roqueiras do Stone Temple Pilots - além de influências sutis do seu ex-supergrupo Velvet Revolver. Pela primeira vez, podemos vê-lo como um artista independente e perfeitamente capaz de entregar um disco cheio de rocks saborosos e "mastigáveis". E que venham mais!

Resenha Publicada em 29/04/2015





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