Resenha do Cd Hardwired... To Self Destruct / Metallica

HARDWIRED... TO SELF DESTRUCT title=

HARDWIRED... TO SELF DESTRUCT
METALLICA
2016

UNIVERSAL MUSIC
Por Anderson Nascimento

Levando em consideração que “Lulu”, álbum lançado em 2011 em parceria com Lou Reed, é um projeto especial, o Metallica já estava há oito anos sem lançar um novo álbum, já que “Death Magnetic” fora lançado em 2008. Desde 2011, porém, a banda vinha dando pequenas pistas através de entrevistas sobre o conceito por trás do então álbum que estavam planejando e sobre o seu processo de gravação, fator que ajudou a aumentar a expectativa em cima do disco.

Lançado em 18 de novembro, o álbum foi dividido em dois discos meramente por questões conceituais, já que as suas doze músicas caberiam perfeitamente em um álbum simples. Esse aspecto ajuda a perceber a perspectiva da banda sobre o disco. Uma das questões sob a qual obviamente o álbum é abordado é o clássico desafio de se lançar um álbum em formato duplo sem que se perca em algum momento a qualidade suas canções, e sem que ele possua aquelas “gordurinhas” que podem ser limadas do disco. E a banda consegue exatamente isso em seu novo disco, não há nada o que limar nesse trabalho.

Com produção da dupla Hetfield/Ulrich e do experiente Greg Fieldman, “Hardweired... To Self Destruct” teve as suas composições centralizadas nas mãos de James Hetfield e Lars Ulrich, tendo como única exceção “ManUNking” que conta também com o baixista Robert Trujillo na confecção de suas letras.

Puxado pelo ótimo single “Hardwired”, o álbum se apóia em melodias bem elaboradas, refrãos impactantes e aquilo que o Metallica sabe fazer de melhor: música pesada. A própria faixa de abertura é o momento mais violento do disco e, curiosamente, o mais curto. A canção tem apenas três minutos, mas três minutos de uma fúria impressionante, que dá o seu recado para o ouvinte de maneira direta: “We’re So Fucked”.

A faixa seguinte, o single “Atlas Rise”, consegue unir as várias virtudes da banda em uma só canção, há peso, ímpeto e um dos melhores refrãos do grupo em anos. Isso também ocorre em várias outras canções como “Now That We’re Dead”, que agrega um ótimo solo de guitarra. “Month Into The Flame”, que foi lançada como segundo single do disco, carrega melodias e riffs impressionantes, não à toa a canção é uma das melhores de todo o álbum.

O disco dois começa com “Confusion”, canção que incorpora uma levada de bateria estranha, meio Disco até, mas com riffs atraentes e marcantes. E dentre os melhores momentos “Here Comes Revenge”, que lembra bastante a banda na fase “Black Album” (1991), e “Am I a Savage?” dão conta do recado, enquanto “Murder One” faz uma bela homenagem à Lemmy Kilminster, vocalista do Motorhead falecido no fim do ano passado. Vale citar também a bateria literalmente matadora de Lars Ulrich em “Spit Out The Bone”, faixa que encerra o disco.

Mesmo com o disco um ligeiramente melhor que o dois, há a perspectiva de que a banda possa ainda trabalhar mais esse segundo álbum, uma vez que todo os 3 singles do álbum pertencem ao primeiro disco.

Há ainda uma versão deluxe do álbum contando com mais 14 faixas, entre covers e canções gravadas ao vivo no Rasputin Music em Berkeley, Califórnia em abril deste ano para o evento Record Store Day. Vale também o registro de que a banda lançou vídeos de todas as faixas do álbum, mais um ato que comprova as grandes pretensões da banda em relação ao se novo trabalho.

Após a ótima experiência de ouvir o novo disco do Metallica, conclui-se que a banda conseguiu cumprir todas as expectativas que pairavam sobre o seu décimo álbum, deixando os seus fãs orgulhosos após ouvirem quase oitenta minutos de Metal da melhor qualidade.

Resenha Publicada em 05/12/2016





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