Resenha do Cd Folklore / Big Big Train

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FOLKLORE
BIG BIG TRAIN
2016

IMPORTADO
Por Tiago Meneses

Se existe uma espécie de trono do rock progressivo, não me resta mais nenhuma dúvida que em se tratando de bandas contemporâneas, uma das que devem sentar nele e com louvor é a Big Big Train. Mostrando estarem finalmente estabelecidos como um núcleo sólido de músicos dedicados, sua sonoridade exemplar tem encantado uma ampla quantidade de pessoas da comunidade progressiva mundo a fora e que reconhecem todos os seus elementos preciosos. Basta ouvir um disco como Folklore pra perceber que tudo é de primeira classe. Produção, melodias e letras muito bem encaixadas em uma entrega criativa que consegue ser natural e ao mesmo tempo de cair queixo. David Longdon está cada dia se tornando um vocalista referência, mantendo os seus traços “Gabriel/Collins”, mas ao mesmo tempo também mostrando o seu próprio estilo, sendo mais singular. Greg Spawton é um compositor extremamente inteligente em sua guitarra, Nick D'Virgilio não precisa de muita apresentação, um dos melhores bateristas do planeta, enfim, não tem necessidade de mencionar todos os músicos, atente-se apenas de que nenhum é um simples coadjuvante.

Os destaques no disco são muitos e enumerá-los pode me tornar injusto caso esqueça outros de igual grandeza, mas ainda assim, Solsbury Giant, por exemplo, merece menção, uma introdução obscura de violoncelo e cordas subjacente ao baixo e bateria pulsante, tendo depois uma chorosa guitarra influenciada nitidamente por Steve Hackett, assim como teclados “genesianos”.Outros momentos de destaque são, “London Plane”, música de uma veia pop, suave e de excelente instrumentação, tendo um interlúdio e que li sendo descrito brilhantemente por um crítico que não me recordo o nome agora como uma espécie de “briga de rua” entre Steely Dan e Jethro Tull. Além de incluir um solo de guitarra que é um verdadeiro deleite. “Wassail” é fortemente reminiscente do prog folk britânico moderno, tanto na parte desenfreada do órgão agitando à música como uma tempestade, quanto nos vocais de Longdon fazendo uns contrastes entre a serenidade pastoral e uma tristeza bluesy. Também possui um violino limpo que promove uma sensação bucólica. "Brooklands" é a faixa mais longa do álbum, com cerca quase 13 minutos, um desfile de música da mais alta qualidade, baixo e bateria sensacional, bem como uma série de pequenos solos de guitarra que deslizam confortavelmente pela canção, perfeitas intervenções de flauta e um vocal emotivo e enérgico de quem não apenas canta, mas sente dentro do coração todas as sensações que a música lhe passa.

Destacar apena quatro momentos de um disco que carrega um nível homogêneo nivelado por cima é muito pouco, eu sei disso, mas serve como uma pequena amostra do quão rico é essa obra. Sem me causar mais nenhuma surpresa, novamente o grupo preza em demonstrar todo o seu senso artístico em compor novas e belas músicas de forma única, tendo como resultado final um trabalho de alta qualidade. Embora Folklore possa não ser visto como um álbum revolucionário, com certeza é algo evolutivo. É soberbo a forma que os instrumentos são colocados em camadas, seja pela estrutura das composições ou até mesmo pela qualidade da produção. Um disco grandioso com potencial de crescer mais ainda a cada audição.

Resenha Publicada em 08/03/2017





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