Resenha do Cd Lookin Back And Ahead / Fundrivers, The

LOOKIN BACK AND AHEAD title=

LOOKIN BACK AND AHEAD
FUNDRIVERS, THE
2010

INDEPENDENTE
Por Anderson Nascimento

Quando “Lookin Back And Ahead” começa a tocar, tem-se uma rápida sensação de Déja-Vù, isso porque em “Hangin Around”, primeira música do disco de estreia da banda paulista “The Fundrivers”, algo subliminar te leva a cantar junto com a banda o seu refrão. Daí somos levados a uma mistura que inicia no Country Rock californiano dos anos setenta, cruza o Atlântico e emenda na psicodelia inglesa dos anos sessenta, tudo isso em apenas três minutos. Esse é o som que você vai encontrar nesse surpreendente álbum.

É claro que em muitos momentos você vai encontrar uma forte referência da banda Creedence Clearwater Revival, ou seja, um Rock ácido, estradeiro e rascante. Isso se justifica dado os primórdios da banda, onde Sérgio Castelani, Chico, Pedro Bezerra e Glauco Eiji, ralavam como banda cover do famoso grupo americano liderado por John Fogerty.

Logo veio a ideia de gravarem músicas próprias e as canções, influenciadas por bandas como Beatles, Kinks, Who, Queen e Supergrass, serviram como base para as onze canções do disco, o que não significa que os caras fizeram algo datado ou com apenas meras canções novas a partir de sucessos antigos. O que impressiona no trabalho do grupo é justamente a forma com a qual eles trabalham as suas influências como ponto de partida para viagens acachapantes a partir de misturas bem azeitadas de várias escolas do bom e velho Rock and Roll.

Um caso que explicita isso com propriedade é a canção “Money” que começa como um Rock abusadamente calcado em Creedence e Steppenwolf, culminando em uma explosão roqueira caótica de deixar qualquer fã do Rock boquiaberto. Tudo na música é megalomaníaco, desde a virtuose instrumental até a incrível performance vocal, um verdadeiro show de Rock.

Basicamente a banda incorpora o que foi feito de melhor no Rock entre as décadas de 60 e 70, mas no álbum também há lugar para sonoridades mais contemporâneas, caso da bela “Back To My Arms”, única canção a romper a casa dos cinco minutos, de letra lúgrube e uma melodia à altura da mesma.

A magia provocada pelas misturas sonoras da banda tem o seu ápice em “Again And Again”, melhor música do disco, que chega incrivelmente a lembrar os discos da fase seminal de Elvis Costello. A canção tem um belo arranjo vocal e um persistente refrão que conquista o ouvinte de primeira, algo não tão simples em canções cantadas em língua Bretã, mas encontrado fartamente nesse álbum.

Os dois anos de experiência adquiridos como banda cover fizeram muito bem a banda. Com instrumental irrepreensível e um elogiável domínio na língua inglesa, a qual todo o trabalho, cem por cento autoral, está baseado, a banda diverte e entrega um trabalho descontraído e honesto, digno de orgulho por parte de quem fez e de satisfação por parte de quem ouve, até porque é sempre bacana encontrar trabalhos feitos com garra e talento como esse produzido pela banda. Rapazes, vocês estão de parabéns!

Resenha Publicada em 14/03/2011





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