Resenha do Cd é A Nossa Voz (éramos Nós, Sempre Seremos) / Limonge

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É A NOSSA VOZ (ÉRAMOS NÓS, SEMPRE SEREMOS)
LIMONGE
2016

INDEPENDENTE
Por Anderson Nascimento

Primeiro CD do Limonge, “É A Nossa Voz (Éramos Nós, Sempre Seremos)”, é disco produzido pelo próprio artista. O disco é bem tocado, os instrumentais não deixam a desejar em absolutamente nada ao longo do álbum, o vocalista também tem bela voz, e a usa adequadamente nas canções.

O Limonge é na verdade uma banda de um homem só, de acordo com o release obtido no seu site oficial, embora tenha se reunido a um grupo de apoio formado por PC na guitarra e Mau na bateria e percussão, que o acompanha nas apresentações ao vivo.

O disco traz onze canções autorais de letras bem elaboradas que descrevem a percepção do artista quanto a passagem do tempo. Quanto a sonoridade, as canções são, em sua maioria, de levadas brandas pautadas pelo pop/rock brazuca.

A nostálgica balada “Geração 90”, primeiro single do álbum, resgata as memórias de quem viveu a década de 1990, revelando a simplicidade de brincadeiras e do hábito de ver TV. A canção ganhou um videoclipe que já possui mais de 21 mil visualizações, além de ter inspirado a frase que batiza o disco.

A bela canção “O Tempo”, que deve ganhar videoclipe em breve, é outro grande momento do disco, no entanto soa confusa, quando vai chegando ao fim, devido a sobreposição de vozes. Já “Tão Normal”, parte para o Folk, agregando uma portentosa gaita, que volta ao disco na balada “O Que Eu Já Sei”.

Talvez o momento mais roqueiro do disco seja “Pra Nunca Mais Voltar”, faixa de riff marcante em seu fim. Ao lado dela, se destaca também “Dois Minutos”, uma dessas faixas, cheias de texturas, que empolga e mostra o talento do artista em seus três minutos de duração.

O conceito por trás do Limonge acaba sendo um pouco impreciso para quem o ouve pela primeira vez, principalmente por conta da capa do trabalho e do nome do disco, que dão a impressão de se tratar de uma banda, mas que o release chama em letras maiúsculas e em negrito de “a banda de um homem só”.

Ao longo do disco sente-se uma necessidade de faixas mais vigorosas, e que saiam do lugar comum, quero dizer, de canções com mais identidade dentro do próprio trabalho. De qualquer forma, nada tira a percepção do talento artístico do Limonge ao ouvir este trabalho. No fim das contas temos uma boa estreia em disco cheio – o artista já lançara dois EPs -, há boas canções e um longo caminho a ser explorado pela frente.

Resenha Publicada em 04/04/2017





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