Resenha do Cd Tudo Que é Meu / Márcio Biaso

TUDO QUE É MEU title=

TUDO QUE É MEU
MÁRCIO BIASO
2010


Por Anderson Nascimento

Apesar de só agora estar lançando o seu primeiro disco solo, o músico e cantor Márcio Biaso já possui uma longa carreira, iniciada nos anos noventa, participando de várias bandas, entre elas o =reverse= . Como músico, Márcio já trabalhou com artistas como Marcelo Bonfá, Paula Marchesini, além de ter participado das gravações de discos de Rodrigo Santos, e no tributo aos Beatles “Beatles 70” lançado recentemente pelo selo Discobertas.

Ao gravar seu primeiro disco como artista solo, Márcio optou por trazer à tona canções que permeiam o seu repertório desde o início da década passada, e, com calma, teve tempo de dar um meticuloso tratamento às suas canções, fazendo com que as onze músicas de seu disco tenham identidades próprias, diversificando o conteúdo geral de seu álbum, o que faz desse “Tudo que é meu” uma bela estréia.

É o caso da canção “Chuva”, melhor música do disco, recheada de nuances que beiram o pré-psicodelismo, em um arranjo que traduz o melhor do sentimento embutido na letra da própria canção.

Essa diversidade musical contrasta com momentos mais intimistas como na canção “Vai e Volta”, que no violão, e com a participação da cantora Bianca Caravelos, cria uma confortável sonoridade na linha MPB. O mesmo ocorre na participação especial de Paula Marchesini em “Deixa passar”, onde novamente o violão dá o tom em uma bela parceria que ajuda a dar ainda mais brilho ao álbum.

Em “Blackbird de Minas” o artista faz uma síntese de vários momentos retratados no Álbum Branco dos Beatles, passando pela própria “Blackbird”, e com inspirações que giram entre “Dear Prudence” e “Mother Nature Son”.

Entre outros momentos, o peso do pop-Rock da safra Nando Reis e Skank, dá as caras com “Vida Real” e “Pouco Relevante”, acompanhadas por um esperto órgão Hammond, além de uma condizente interpretação do artista.

A bela arte do invólucro e encarte que acompanham o disco, ajudam a embalar as onze pepitas produzidas com muito afinco em seu estúdio “Atemporal”, e tem o que é preciso para agradar a todos aqueles que curtem boa música aliada à boas letras.

Márcio Biaso, que já tinha pintado aqui no Galeria Musical por duas vezes, com os singles “Tudo que é meu” e “Chuva”, representa com qualidade e bom gosto a nova geração de artistas independentes que tem aparecido, resultando em músicas produzidas com liberdade, bom gosto e muito prazer em fazer aquilo que se gosta.

Resenha Publicada em 28/05/2010





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