Resenha do Cd Insular / Humberto Gessinger

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INSULAR
HUMBERTO GESSINGER
2013

STEREOPHONICA
Por Anderson Nascimento

“...Daqui pra frente estou decidido, nada será como tem sido...ter escolhido este caminho só faz sentido sem pressa e para sempre...” canta Humberto Gessinger em “Terei Vivido”, faixa de abertura de seu primeiro álbum solo – se considerarmos “Humberto Gessinger Trio” como um álbum de banda -, o recém lançado “Insular”.

Por mais que Humberto divague sobre a própria existência já na faixa inicial de seu disco – “Provavelmente terei vivido mais da metade de minha vida no século passado” -, ecos dessa própria existência coabitam algumas das faixas de seu novo disco. Logo na segunda faixa, por exemplo, a boa “Sua Graça” traz fortes referências sonoras no seu primeiro riff à “Loteria da Babilônia” (1974) de Raul Seixas, em um improvável elo que obviamente rolou sem conhecimento de causa.

No geral, “Insular” é mesmo um disco solo de Humberto e jamais poderia ser estampado com o rótulo “Engenheiros do Hawaii”, salvo em alguns poucos momentos como a explosiva “Plano B”, “Bora”, e o certeiro single “Tudo Está Parado”, que já está rolando nas rádios e é certamente o grande destaque do álbum.

Talvez pelo fato de esse ser um disco solo, Humberto está bastante à vontade no disco, gravando músicas de sonoridades tipicamente sulistas, casos de “Milonga do Xeque-Mate” e “Segura a onda, DG”. Não que isso seja uma novidade na obra de Humberto, haja vista canções salpicadas em vários discos de sua famosa banda. Mas aqui as canções menos na praia do Pop-Rock são as que mais caracterizam o disco.

Nessa onda, entram também a belíssima “A Ponte Para o Dia”, que traz Luke Faro dividindo os vocais com Humberto, em canção que poderia estar no último álbum da banda “Novos Horizontes” (2007), e “Recarga”, canção escrita com Duca Leindecker, que ganha a voz e o acordeon de Rafael Bisogno.

Os fãs dos Engenheiros vão gostar das referências à banda ao longo do disco. A já citada “A Ponte Para o Dia”, por exemplo, traz o riff de “Pampa no Walkman”, do GLM (1992), já a baladona “Tchau Radar, A Canção”, traz em seu nome a referência à um disco responsável por trazer os Engenheiros de volta para o grande público.

Com saldo positivo, “Insular” é disco agradável, cheio de boas canções e belas composições, que se caracteriza pela saudável mistura de música regional, folk e Pop-Rock.

Resenha Publicada em 26/09/2013





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