Resenha do Cd Rockin The Joint / Aerosmith

ROCKIN THE JOINT title=

ROCKIN THE JOINT
AEROSMITH
2005


Por Diego Murcio

Olá. Hoje vou analisar o ''Rockin' The Joint'', disco ao vivo do Aerosmith (sim, mais um). Depois de quase um ano de férias, o show gravado em janeiro de 2002 no clube The Joint em Las Vegas faz os Bad Boys de Boston voltarem a ativa em uma nova turnê. Você confere aqui, faixa por faixa, uma boa reflexão sobre todas as músicas.

A faixa intro é totalmente descartável, não acrescenta em nada no cd, porém fica registrado em audio o local da gravação.

Começa a faixa seguinte, Beyound Beautiful, de imediato me agrada, mas confesso já ter ouvido melhores. Nesta faixa tenho a impressão que Mr. Tyler começa com toda empolgação e energia, já na metade da música percebe que há ainda muito pela frente e dá uma maneirada. Eu o entendo, subir no palco e iniciar sua performance consciente que dali poderá sair um bom material para lançar ao vivo em cd é de se contagiar. A frieza nas notas tocadas pela dupla dinâmica Joe/Brad nos passa muita tranquilidade e nos faz pensar em situações vividas e sonhos.. O solo de Joe Perry é muito bem executado, nesta parte nos dá vontade de mergulhar na música e fazer parte do show.

Vamos para a faixa seguinte, ''Same Old Song And Dance''. Não há muito o que dizer de uma música perfeita quando é executada impecavelmente, no quesito perfeição na escala de 1 a 10 é 11. O ponto baixo fica por conta do audio da platéia cantando o refrão, pois não ouve-se direito. Eu fico imaginando as pessoas que presenciaram o lançamento do album ''Get Your Wings'' em meados de '74 e contemplavam a faixa, será que elas imaginavam que 30 anos depois a música ainda faria sucesso?

Vamos seguindo, começa então o single-mór em potencial do disco, que desde sua versão de estúdio em '75, mesmo não tendo saído nas rádios, já arrebatava fãs no mundo. Steven Tyler e companhia tocaram-na como se fosse a primeira vez, é como se os aerosmith estivessem estreiando e jimmy hendrix estivesse na platéia. Sentia-se o tesão em seus corpos chegarem até nós na forma de uma grande música, os deuses do bom e velho rock n' roll aplaudem de pé. Recomendo fechar os olhos e se deixar levar.

Seguimos então com ''Season Of Wither'', aqui é possível perceber o quanto toda a experiência e maturidade da banda faz melhorar a música. Muito boa, justifica-se como primeiro single.

Depois vem ''Light Inside'', simplesmente incrível, fizeram-na de modo louvável, parecia que já a tocavam desde o início da carreira. Os aerosmith com certeza acertaram em cheio na escolha, uma das poucas faixas que se salvam do disco ''Just Push Play'' (2001). Alguns fãs podem não ter apreciado-a no RTJ, mas estão dando graças aos céus que a escolhida não foi ''Jaded''.

Agora ''Draw The Line'', os toxic twins entram em ação, é preciso apenas dos 15 primeiros segundos da música para imaginar o cenário: Tyler e Perry lado a lado, dividindo o microfone, enquanto um leva as mão até os cabelos e agita, o outro se contorce como se fosse a corda de sua guitarra; Whitford tocando como se fosse somente para si mesmo e Tom Hamilton acompanhando-o com a cabeça. Kramer olhando para a camera com olhar de ''quero mais''. Falar o que sobre a música? Ora, é quase tão clássica quanto ''Walk This Way'' e ao vivo parece ricochetear de um lado para o outro dentro de nossas cabeças. O ponto fraco é o solo de guitarra, poderia ser melhor.

Seguimos com ''I Don't Want To Miss A Thing'', a super balada composta em 1998 por Diana Warren, ao contrário do que a música sugere, não creio que alguém sentiria a falta dela se não fosse incluida no cd, você pode ouvi-la uma vez, suporta-la na segunda, mas na terceira vez você avança a faixa.

Começa ''Big Ten Inch'', a terceira faixa perfeita e indiscutivel do album. Sinto em Brad Whitford uma vontade insáciavel de toca-la, toca-la e toca-la. Detalhe no entanto é que Tyler somente grita o nome de Joe Perry. Não faz mal, Brad chuta bundas. Tom Hamilton aparece com seu baixo em ótimo ritmo. Provavelmente seu balanço contagia e agita a galera. Ao fim, Steven fala sobre a próxima música, Ratlesnake Shake.

Lembro-me de uma entrevista sua, onde ele disse ''então ouvi aquela música... desde aquele momento eu sabia que estava no lugar certo''. E com toda segurança posso afirmar que estava mesmo, é uma música fantastional, tem alma, e pra uma música ter alma é preciso que incorpore o espirito da banda e essa música é Ratlesnake Shake. Nos 8 minutos da música é isso que você sente. Uma pena não terem gravado-a em estúdio.

A próxima faixa é ''Walk This Way", dói dizer, mas já deu no saco. Vovó me disse a grosso modo que trocaria uma de suas mamas por ''Livin' On The Edge'' em seu lugar. Não discordo, a versão não é nem das melhores. Se tivesse a oportunidade, em 10 chances para troca-la por outra faixa, nas 10 o faria.

Pois bem, passemos para a última faixa, ''Train' Kept A Rollin'' parece não incorporar sua forma idealizada. A versão do disco ''Classic Live 1'' é melhor (desculpem, tentei evitar comparações, mas esta faixa realmente ficou ruim), não sinto a mesma pegada. No fim da música Joe Perry toca o hino americano, num disco que será vendido para o mundo todo, não foi sábio de sua parte, concordemos.

Concluo dessa forma: Rockin' The Joint é o Classic Live 3 disfarçado, foi cortado na metade para não repetir a fórmula de A Little South Of Sanity, apesar de ser um show só. As raridades "No More, No More", "Light Inside'' e "Ratlesnake Shake" confirmam minha teoria. O disco é bom, mas não acrescenta muito no acervo da banda, uma performance memorável e só.

Resenha Publicada em 24/10/2005





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