Resenha do Cd Dream Theater / Dream Theater

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DREAM THEATER
DREAM THEATER
2013

WARNER MUSIC
Por Tiago Meneses

Há cerca de 2 anos a banda lançava, “A Dramatic Turn f Events”, primeiro álbum sem contar com o baterista Mike Portnoy, um dos fundadores e peça chave dentro da banda. No último dia 24 de Setembro (falo de maneira oficial, sei que o trabalho já rolava na internet antes disso), a banda lançou, “Dream Theater”, 1º registro homônimo e 12º da carreira.

Bom, antes de mais nada, é sempre interessante limar, por exemplo, a frase, “bom era com o Portnoy”, pois qualquer pessoa que evite usar o coração pra pensar, sabe que ele não mudaria em absolutamente nada a qualidade do álbum, mesmo porque a banda antes de sua saída já vinha em uma decente (atingindo uma leve crescente justamente no seu álbum anterior, já com o Mangini).

O que se escuta aqui não é nada diferente do que a banda vem fazendo nos últimos 10 anos. Frustrando novamente sonhadores como eu que cria uma expectativa de ouvir obras com um nível de inspiração que parece ter desaparecido após o lançamento de “Six Degrees Of Inner Turbulence” em 2002. Estou dizendo que a banda não criou nada bom desde então? Claro que não, estou apenas apontando um buraco de musicalidade muitas vezes mais do mesmo que foi criado durante esse tempo, ainda que em até mesmo em seus piores trabalhos (Systematic Chaos, por exemplo), sempre existem senão grandes, ao menos, momentos dignos e que merecem uma atenção diferente.

Quando se escuta um álbum onde a todos os momentos prevemos aquilo que virá, é quando notamos que muito mais do que um estilo definido, a banda também segue sempre o mesmo caminho, sempre a mesma zona de conforto pra quem toca e que pode se transformar um desconforto pra quem ouve.

Não vou cair no exagero de dizer que esse novo álbum trata-se de um trabalho precisamente ruim, que nada se aproveita, mas simplesmente soa um clichê com alguns momentos contendo lapsos de criatividade mais chamativa. Eu sempre defendi a banda diante de opiniões que a tratam simplesmente como um conjunto de músicos técnicos, de habilidades ímpares, mas sem sal, onde cada um “sola” sua parte montando músicas intrincadas e sem sentimento algum. Porém, esse círculo sonoro da banda o qual anda presa há anos, e tirando a parte do, “cada um “sola” sua parte”, faz a definição ser bem essa mesmo.

Surpreenderam um pouco em seu álbum anterior, um esforço várias vezes convincente em mostrar que as coisas poderiam ir bem sem Portnoy, mas agora tudo volta pro seu lugar (?), mas (ao menos pra mim) acabou a “atração” causada pela expectativa de um novo baterista.

Melhor do que falar de todas faixas em si, destaco algumas delas: “Enigma Machine”, faixa instrumental com riffs cativantes, sonoridade agressiva e dinâmica sobre uma técnica extremamente progressiva. “The Bigger Picture”, balada que talvez mereça o meu destaque por conter um dos solos (não estou querendo dizer que é de uma beleza nunca vista) que me faz lembrar de um Petrucci que às vezes parece não querer mais existir, aquele guitarrista que coloca na música algo além de muita velocidade e técnica. “Illumination Theory”, com seus 22 minutos faz com que a banda mais uma vez acerte (quase) em cheio em seus épicos, ainda que dessa vez, dentro do que se pode destacar em “Dream Theater”, pela 1ª vez, esse tipo de faixa não mereça o destaque de maneira isolada como sendo o suprassumo de tudo.

Enfim, depois do bom (melhor até do que se esperavam) “A Dramatic Turn Of Events", em “Dream Theater” tudo parece ter voltado ao “normal” que a banda carrega a mais de uma década. Mais um álbum em que foi melhor requentar o ou no máximo partir de um lugar “semi pronto” do que botar as mãos na massa e criar algo de fato novo. Um disco que talvez sirva pra mostrar mais uma vez
que há muito tempo a banda tenta caminhar mais rápido do que as próprias pernas. Umas férias pra rever seus trabalhos e acima de tudo, fazer de fato brotar ideias novas não fará mal algum.

Um registro bom pelos momentos que citei.

Resenha Publicada em 17/11/2013





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