Resenha do Cd Acid Queen / Tina Turner

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ACID QUEEN
TINA TURNER
1975

EMI MUSIC
Por Anderson Nascimento

Em meio ao atribulado momento que estava vivendo em sua vida pessoal com o marido Ike Turner, Tina, que iniciara um ano antes, lançava em 1975 “Acid Queen”, o seu segundo álbum solo, e último sob as amarras de seu capataz.

O disco herdou o nome da personagem interpretada por Tina no filme e “Tommy” (1975), baseado na ópera-Rock do grupo The Who. A própria canção reaparece nesse álbum em versão diferente da que está na trilha sonora do filme.

Certamente o envolvimento de Tina com o mundo do Rock influenciou na seleção do repertório desse disco, já que metade das canções desse álbum é proveniente de bandas como Stones, Led Zeppelin e do próprio Who.

Embora não tenha sido assim um sucesso, não há o que se queixar dos arranjos das canções do disco, a não ser por repetir o esquema musical já praticado por Ike com Tina enquanto dupla. Dessa forma, “Under My Thumb”, dos Stones, abre o disco com uma guitarra ácida, baixo pontual e um singelo acompanhamento feito por sintetizador.

Apesar de a faixa de abertura ser um belo cartão de visitas, a sequência Stoniana provoca um instantâneo arregalar de olhos diante da belíssima versão de “Let’s Spend The Nigth Together”, que conversa de igual pra igual com a narrativa Soul que Tina sempre dominou.

Além da faixa que dá nome ao disco, Tina ainda regravou “I Can See For Miles”, outra canção do The Who, que neste disco ganhou uma releitura que faz lembrar a produção iminente de Jeff Lynne e sua Electric Light Orchestra. Algo incrivelmente interessante na canção é que a mesma parece antever a febre Disco que assolaria o mundo pouquíssimo tempo depois. Já a versão da Zeppeliana de Tina para “Whole Lotta Love” mergulha de cabeça no arquétipo Soul que dupla já costumeiramente praticava.

O lado b da versão original do disco traz apenas canções compostas por seu marido que, não satisfeito apenas em produzir o disco e compor metade das canções, também resolveu cantar com a esposa a faixa “Baby Get It On”. Com um resultado expressivo, a canção foi bem sucedida, tornando-se o último sucesso gravado pela dupla. Entre as outras canções do lado b também vale uma ouvida com atenção para o belo Soul “Bootsey Whitelaw”.

Mesmo não sendo sucesso de vendas, o disco teve os singles “Baby Get It On”, "Whole Lotta Love" e "Acid Queen", sendo os dois últimos lançados no início de 1976. Acima de tudo, o álbum mostrou para quem ainda tinha dúvidas, que Tina poderia brilhar sem a sombra do marido, embora a artista ainda tivesse que batalhar um bocado até atingir o seu auge em carreira solo, quase dez anos depois do lançamento desse disco.

Resenha Publicada em 10/02/2015





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