Resenha do Cd Tá Tudo Mudando / Zé Ramalho

TÁ TUDO MUDANDO title=

TÁ TUDO MUDANDO
ZÉ RAMALHO
2008


Por Anderson Nascimento

Em seu novo disco, Zé Ramalho corrobora a sua sempre citada aproximação com Bob Dylan. Nesse álbum, encarado pelo Paraibano como uma parceria, e não uma homenagem, Zé viaja pelo cancioneiro de Bob Dylan, trazendo para o português alguns dos clássicos do mestre Dylan.

O interessante nesse projeto é o fato de as versões serem quase que uma tradução das músicas para o português, fato que levou Dylan a autorizar o projeto. Em alguns casos porém, Zé Ramalho adaptou a letras para se encaixarem mais ao cenário brasileiro.

Um exemplo disso é o clássico “Mr. Tamborine Man” que virou “Mr. Pandeiro” em uma linda homenagem á Jackson do Pandeiro. A versão é um dos grandes momentos do disco, com o tradicional ritmo nordestino sendo entoado ao longo da canção, com direito até mesmo a um solo de pandeiro no fim da música. Brilhante!

É certo que os fãs xiitas de Bob Dylan talvez não curtam tanto o disco, pois Zé mexe com um legado histórico que inclui “Blowing in The Wind”, “Like a Rolling Stone” e “ Knockin' on Heaven's Door ”.

Zé Ramalho com a sua voz apocalíptica, junto com a sonoridade nordestina, consegue fazer um disco capaz de surpreender quem espera um mero disco de versões. O novo lançamento é bem mais que isso, é inteligente e empolgante. Uma prova disso é o fato do artista fugir em alguns momentos do óbvio e buscar músicas não tão famosas de Dylan, como o caso de “Man Give Name To All Animals”, que virou “O Homem deu nome a todos os animais”, outro grande destaque do disco.

A única faixa que Zé Ramalho não verteu para o português foi “It Not For You”, mas em compensação recriou a música indo ao extremo no quesito ritmo nordestino.

Outras músicas já conhecidas que também entraram no disco foi “Negro Amor”, com a versão de Caetano Veloso para “It´s All Over Now Baby Blue”, já regravada por diversos artistas como Toni Platão, Paulo Ricardo e Engenheiros do Hawaii, e “Batendo na Porta do Céu” em uma versão um pouco diferente da lançado por Zé Ramalho no seu disco “Antologia Acústica”.

Um disco para ouvir e curtir.

Resenha Publicada em 21/12/2008





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