Músico Potiguar, Di Stéffano acaba de lançar o sucessor de “Outros Mares”, lançado em 2013. Em seu novo trabalho Di apresenta onze canções que vão além do seu reconhecido trabalho na bateria, apresentando belíssimos arranjos e músicos convidados que tornam o disco um grande passeio pela técnica e sensibilidade presentes na música instrumental brasileira.

O disco traz canções inéditas, compostas por Di e alguns parceiros, e a sua temática é baseada no momento atual do artista, que assinala a nova fase familiar e profissional, marcando também a volta do artista aos grandes centros de música do Brasil e do mundo.

Entre canções sensíveis como a faixa de abertura “Nicolas”, feita para o seu filho, o disco também resgata uma leve pegada regional em “Chá de Espera”, que traz algumas nuances cravadas no âmago do imaginário popular. Há também flertes com a música africana, que pode ser entendido explicitamente em “Um Dia Em Maputo”, ou tecnicamente, como na música “Sete de Março”.

Já “Um Abraço No Peranzzetta” é uma homenagem ao pianista Gilson Peranzzetta, que completou 70 anos em abril deste ano de 2016, e evoca a sua sonoridade baseada no piano acústico aqui tocado por André Mehmari, com destaque também para o trompete de Fabinho Costa.

Uma característica sempre presente nos trabalhos de Di Stéffano é a singularidade que cada música traz, o que faz com que cada canção do disco nos leve a um lugar diferente, que pode ser Natal ou Maputo, uma roda de Samba ou uma Valsa tocada no salão, ou seja, é só deixar o disco tocar e a quimera de seus pensamentos completar o trabalho.

Há de se destacar também o belo trabalho gráfico do disco, que traz detalhes técnicos das gravações e fotos com design que explora os tons verdes em suaves pinceladas. Suave também são as mãos de Di, que conseguem ditar o ritmo que se espera quando se ouve um álbum instrumental. Belo trabalho!