Resenha do Cd This Path Tonight / Graham Nash

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THIS PATH TONIGHT
GRAHAM NASH
2016

IMPORTADO
Por Anderson Nascimento

Nossa vida é cercada por diversos acontecimentos marcantes como o início e o fim de relacionamentos, nascimento de filhos, a chegada à vida adulta, e a morte de pessoas queridas. No caso das pessoas envolvias com a arte, além da dor ou a felicidade de cada acontecimento, tais eventos acabam também sendo refletidos nos seus trabalhos, em livros, poesias, pinturas ou discos, de acordo com a área de cada um.

Em certos momentos a conjunção desses eventos clama por um trabalho que expurgue tudo isso, e esse é o mote de “This Path Tonight”, novo trabalho do inglês Graham Nash, artista que teve os seus grandes momentos musicais vividos com as bandas “The Hollies” e “Crosby, Still, Nash & Young” (e suas variações).

O disco, apenas o sexto de sua carreira solo, versa sobre a separação de Nash e sua esposa Susan Sennett, com a qual esteve junto durante 38 anos, mas ao contrário do que tal situação possa sugerir, o artista trata a separação de maneira leve, na verdade muito mais reflexiva, como deixa claro em “Another Broken Heart”, ótima balada Pop que encoraja a sua esposa a encontrar um novo amor.

Esse processo fez com que Graham escrevesse vinte canções em apenas um mês, e as registrassem em apenas oito dias, como se precisasse mesmo botar pra fora todo sentimento que ocupava a sua mente e o perturbava, mas tudo isso foi transformado em uma intensa jornada de autodescoberta e de criação intensa. Além de sua separação com a esposa, Nash também começa a se distanciar de outro relacionamento de longa data, já que recentemente afirmou que não tocará mais com o seu grupo “Crosby, Stills e Nash”.

Se conceitualmente o disco faz todo sentido, musicalmente o seu álbum agrada e apresenta uma série de canções que se dividem entre baladas folks, como “Target”, e Rocks, como a faixa título “This Path Tonigth” e a estonteante “Fire Down Below”.

Embora seja repleto de ótimos momentos, a canção que posso afirmar que arrepia até a alma (agora tenho certeza de que isso é possível) é a segunda faixa, a introspectiva “Myself At Last”, faixa acústica que traz um solo de gaita cortante responsável por rasgar a canção ao meio. Vale citar também a forma brilhante que o artista encerra o disco com a faixa “Encore”, outra balada de forte apelo emocional.

Há quatorze anos sem lançar um disco solo, Nash finalmente encontrou motivo para fazê-lo e, diga-se de passagem, com esse disco ele honrou o seu vultoso nome. Quem venham outros álbuns, mas que das próximas vezes a inspiração venha de momentos felizes.

Resenha Publicada em 20/04/2016





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