Resenha do Cd Autobiografia No Autorizada / Claudio Lyra

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AUTOBIOGRAFIA NO AUTORIZADA
CLAUDIO LYRA
2017

LUNATIKUS DISKUS
Por Anderson Nascimento

Sobrinho do músico, cantor e compositor Carlos Lyra, Claudio Lyra acaba de lançar o seu segundo álbum “Autobiografia Não Autorizada”, produzido por ele mesmo em parceria com o maestro Vittor Santos.

O disco tem como característica principal a fusão de diversos ritmos, que juntos ajudam a contar as estórias (ou histórias) cotidianas que estão presentes ao longo das 10 canções (12 com os bônus) do disco.

Mais calcado em um sambinha fino, o disco inicia com “Procurando Direção” (Claudio Lyra, Tiago Mocotó, Gabriel Lopes) samba com algumas pegadas de rap, onde se destaca o ótimo arranjo de vozes.

Na faixa seguinte, “Autobiografia Não Autorizada” (Claudio Lyra), observamos o dinamismo de Claudio ao interpretar a canção de levada e letra intencionalmente brega. Em seguida vem a melhor canção do disco, “Faça o Melhor Que Puder” (Claudio Lyra, Gabriel Lopes), canção de ótima letra, que resgata texturas de sambas mais antigos, o que a torna querida em poucos segundos de reprodução.

“Esparrela do Brasil” (Claudio Lyra) é um sambarock que traça um paralelo com um dos maiores clássicos da música brasileira, “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso), só que revela a nossa triste e atual situação com a violência e corrupção assolando o país.

Emocionalmente relevante, a faixa “Passageiros” (Carlos Lyra, Claudio Lyra) reúne tio e sobrinho em uma canção focada na batida Bossa Nova, terreno vastamente conhecido por Carlos, que defendia uma volta do ritmo às suas raízes, baseadas no Samba. “Algemas de Cristal” (Claudio Lyra) é outra canção que também segue os caminhos pavimentados pela Bossa.

“Razão Pra Tudo” (Claudio Lyra) é outro destaque do álbum, a faixa tem uma deliciosa levada Soul, e conta com a participação vocal da cantora Alma Thomas. Após “Só Vim Chegar” (Claudio Lyra, Gabriel Pardal), faixa que tem batida que remete a sons de origens afro, o disco traz mais duas faixas, creditadas como bônus, com destaque para “Em Paz Com os Meus” (Claudio Lyra), que tem levada que remete a estandartes jazzístico dos anos 40.

Por fim, vale destacar que chama a atenção no álbum os ricos arranjos que remetem as famosas “big bands”, o que dá ao disco um ar requintado, fruto de um belíssimo trabalho de produção e da expertise proporcionada pela enorme diversidade de músicos que participam do álbum.

Resenha Publicada em 02/02/2017





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