Resenha do Cd Coleção / Marisa Monte

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COLEÇÃO
MARISA MONTE
2016

EMI MUSIC
Por Rodrigo Paulo

Fãs, não fiquem apavorados. Marisa Monte está saindo da EMI / Universal Music e vai focar nos seus próximos lançamentos de forma independente. Então muita novidade vai surgir pelos próximos anos (Sabemos que ela não para quieta e sempre está compondo e participando de algum projeto). E enquanto não sai nenhum disco de inéditas. O último foi o excelente “O Que Você Quer Saber De Verdade”, lançado em 2011. Marisa Monte fecha esse ciclo que durou quase 30 anos nos presenteando com o disco “Coleção”, uma compilação repleta de participações especiais em gravações até então não inclusas em sua discografia.

A faixa de abertura “Nu Com a Minha Música” versão da música de Caetano Veloso foi gravada em 2011 e é uma das favoritas da cantora. Conta as participações de Rodrigo Amarante e Devendra Banhart em meio ao ritmo relaxante da cítara e do mandolin. Faixas gravadas para trilhas sonoras de filmes são representadas por “Cama”, do filme “Era Uma Vez” de 2008 e a regravação “Esqueça” do filme “A Taça Do Mundo É Nossa” de 2003.

Passeando pelas demais faixas encontramos uma versão de “Alta Noite” de 1993 com a participação de Arnaldo Antunes. A versão que foi para o disco “Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão”, lançado em 1994, continha apenas a voz de Marisa e com uma versão instrumental totalmente diferente. Outra faixa que também esteve presente numa versão diferente em um disco já lançado pela cantora é “Ilusão”. A faixa está presente no “Verdade, Uma Ilusão” lançado em 2014, mas aqui a Marisa divide os vocais com a cantora Julieta Venegas, autora da música.

O disco traz músicas nas quais Marisa foi a participação especial, como nas faixas “Carinhoso”, gravada em 2003 para o disco “Meu Tempo É Hoje” de Paulinho da Viola. “É Doce Morrer No Mar”, gravada em 1999 para o disco “Café Atlantico” de Cesaria Evora. “Dizem Que O Amor”, do único disco de Argemiro Patrocínio de 2002. “Chuva No Mar”, gravação mais recente, de 2015, inclusa no disco “Canto” da cantora lusitana Carminho, onde Marisa também participa cantando nos shows da turnê. E “Volta, Meu Amor”, gravação do disco “Tudo Azul” da Velha Guarda da Portela, lançado em 1999. O álbum ainda conta com a versão ao vivo de “A Primeira Pedra”, gravada em 2013 e “Fumando Espero”, gravada em 2009.

Fechando o disco temos uma verdadeira pérola. “Weaters Of March”, gravada em 1996, conta com a participação de David Byrne e tem todas as características musicais das faixas pertencentes ao disco duplo “Barulhinho Bom” lançado no mesmo ano. Uma das melhores e mais curiosas faixas do disco. A sensação é que essa faixa poderia ter completado o repertório do disco lançado no mesmo ano. Um excelente registro musical.

“Coleção” mostra que Marisa Monte é uma artista excepcional. Um The Best Of não daria a devida importância ao seu trabalho, já que seus discos são os mais acessíveis para compras atualmente. O disco é um resgaste a um material rico, em sua maioria desconhecido do grande público e, que provavelmente é muito visitado pela cantora. Certeza de que Marisa Monte não estaria dando uma melhor forma de se despedir de uma grande gravadora para alcançar voos independentes.

Resenha Publicada em 05/05/2016





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